Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 26-01-2011, Gaudium Press) Santa Joana d’Arc é um “belo exemplo de santidade para os leigos engajados na vida política, principalmente nas situações mais difíceis”, disse o Papa na audiência geral de hoje, dedicada à figura da santa francesa do século XV. Nesta quarta-feira, na Sala Paulo VI do Vaticano, estiveram presentes 3 mil participantes para ver e ouvir o Santo Padre.
Segundo Bento XVI, a vida de Santa Joana d’Arc é um convite para uma medida alta da vida cristã. Viveu nos tempos difíceis e dramáticos para a Igreja, o da grande cisão do Ocidente. Ela nasceu em 1412, quando havia um Papa e dois “antipapas”, e em meio à Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. O pontífice explicou que a francesa é um exemplo político atual porque, desde jovem, a santa demonstrou uma grande caridade e compaixão pelos mais pobres, os doentes e todos os sofredores.
O fenômeno de Joana d’Arc é a “ligação entre experiência mística e missão política”, um dos aspectos de sua santidade, disse. Antes da atividade pública passou um período de vida de reflexão e de amadurecimento interior. Para Bento XVI, ela e Catarina de Siena são modelos de “duas jovens mulheres do povo, leigas e consagradas na virgindade; duas místicas empenhadas, não no claustro, mas em meio às realidades mais dramáticas da Igreja e do mundo de seu tempo”.
A condenação à morte, vivida pela santa francesa com heroísmo, em um julgamento guiado por teólogos “aos quais faltaram a caridade e a humildade de ver nesta jovem a ação de Deus”, juízes “incapazes de ver sua santidade e de ver a beleza de sua vida”, disse o pontífice, que ressaltou: “Joana D’Arc morreu aos dezenove anos, pronunciando em voz alta o nome de Jesus, centro de toda a sua vida”.
Ao final da audiência o Papa saudou os presentes em várias línguas, como de hábito, entre elas português e espanhol, e em seguida se encontrou com os fiéis na Sala Nervi.