Fale conosco
 
 
Receba nossos boletins
 
 
 
Notícias


Notícias


Por que Deus incomoda tanto?
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 13/11/2012
 
Decrease Increase
Texto
Solo lectura
0
0
 
Deus seja louvado.jpg
A frase “Deus seja louvado” pode ser retirada das notas do Real.

Esta semana o jornal O Globo publicou o pedido feito pelo Ministério Público Federal à Justiça para que seja retirada das cédulas de reais a frase “Deus seja louvado”. Segundo o procurador regional dos direitos do cidadão, Jefferson Aparecido Dias, a inscrição fere o princípio do estado laico e exclui minorias.

Para o procurador, o fato de os cristãos serem maioria no Brasil “não justifica a continuidade das violações aos direitos fundamentais dos brasileiros” que não acreditam em Deus.

Se a ação for aceita a União terá o prazo de 120 dias para produzir as cédulas sem a inscrição e a multa simbólica de R$ 1,00 por dia de descumprimento.

A Casa da Moeda declarou que o Banco Central é o responsável “pela emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas”. O Banco Central por sua vez explicou que o fundamento legal para a existência da expressão “Deus seja louvado” nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteção de Deus”.

Dom Odilo Pedro Scherer.jpg
Dom Odilo Pedro Scherer

Ao lado dessa notícia podemos colocar uma determinação do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no dia 6 de março deste ano, no qual foi definido por unanimidade a retirada de crucifixos e símbolos religiosos dos prédios da Justiça gaúcha.

“Resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um estado laico, devendo ser vedada a manutenção de crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios do Poder Judiciário no Estado do Rio Grande do Sul”, declarou o desembargador Cláudio Baldino Maciel.

O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer comentou que o crucifixo não interfere nas decisões dos juízes, que se baseiam nas leis e a alusão a Deus nas cédulas do real não fere a ninguém, pois “para quem não crê em Deus, ter ou não ter essa referência não deveria fazer diferença. E, para quem crê em Deus, isso significa algo”.

O purpurado recordou que os que “creem em Deus também pagam impostos e são a maior parte da população brasileira”.

Essas ações e decisões para e pela Justiça brasileira nos fazem questionar: Por que Deus incomoda tanto?

Com qual intuito a Justiça quer bani-lo do estado? A presença de seu nome em uma frase ou a representação de sua imagem em um crucifixo são tão temíveis assim para um país que foi descoberto por naus que ostentavam cruzes de Cristo em suas velas e que teve seu primeiro nome como Ilha de Vera Cruz e depois Terra de Santa Cruz?

Meirelles-primeiramissa2.jpg
Quadro da primeira missa pintado por Victor Meirelles

Há símbolos que fazem parte da cultura e da história brasileira. Um deles é a Cruz de Cristo. Já o marco de pedra que oficializava a descoberta da nova Terra tinha uma cruz e as cinco quinas portuguesas representando as cinco chagas de Nosso Senhor.

“Dos méritos infinitos do sacrifício incruento que se renova sobre o
altar, ou seja, da Eucaristia, procedem e se ordenam, como a seu fim,
todas as grandes obras da História da Igreja. (Cf. Sacrosanctum
Concilium, n. 10)”. Quis a Divina Providência que uma Missa marcasse o
início da História da maior nação católica do mundo.

 

Como deixar de lado ou esquecer que o primeiro ato público solene realizado diante dos descobridores e dos respeitosos habitantes foi realizado diante de uma cruz de madeira, no Ilhéu da Coroa Vermelha, onde Frei Henrique celebrou a primeira Missa em terra firme e que foi imortalizado na composição do quadro de Victor Meirelles?

Apenas 512 anos são suficientes para esquecer-se as origens de um país, de um povo, de uma cultura? Amnésias existem mas, se são voluntárias, elas bem que podem ter outro nome…

 

Christ_on_Corcovado_mountain.JPG
Por quanto tempo ainda permanecerá firme a imagem
do Cristo Redentor em seu pedestal no Corcovado?

Se continuar assim, é de se temer que um outro decreto faça com que o morro do Corcovado volte a ser apenas uma elevação granítica igual a tantas outras que existem no Rio. Sim, porque usando o mesmo “argumento”, o Cristo Redentor poderá ser retirado de seu pedestal. Com o pedestal vazio, o prosaico do “laico” tomará o lugar do charme, da hospitalidade e da religiosidade da alma carioca que o Cristo tão bem estimula e representa.

É mesmo para se perguntar: por que Deus incomoda tanto?

Por Emílio Portugal Coutinho.

 
Comentários