A Igreja reserva o dia primeiro de novembro para a cada ano celebrar a solenidade litúrgica de Todos os Santos.
Nesta ocasião a sabedoria da Igreja propõe aos fiéis a lembrança de todos “os eleitos que se encontram na glória de Deus”, tenham sido eles canonizados oficialmente ou não.
Todos os Santos
Já no século IV as Igrejas do Oriente iniciaram a promoção de celebrações conjuntas que recordavam e comemoravam todos os Santos. Era recomendado que estas celebrações devessem ser durante as alegrias da Páscoa ou na semana que a seguisse.
No Ocidente a introdução destas celebrações foram feitas um pouco mais tarde. Esta devoção foi introduzida pelo Papa Bonifácio IV ao dedicar à Santíssima Virgem e a todos os mártires o Panteão de Roma, no dia 13 de maio de 610, quando, a partir de então, a comemoração fosse realizada anualmente.
Começou-se, então, pelo mundo afora, a solenidade passou a ser comemorada, ainda em datas diferentes, mas tendo todas as celebrações um conteúdo idêntico.
A data de 1º de novembro foi adotada pela primeira vez na Inglaterra, no século VIII e, aos poucos, espalhou-se pelo império de Carlos Magno que a tornou obrigatória no reino dos Francos no tempo do Rei Luís, o Piedoso, no ano de 835.
Tudo leva a crer que o ato do Imperador Carlos Magno tenha sido o acatamento de um pedido a ele feito pelo Papa Gregório IV (790-844).
Celebração dos Fiéis defuntos
Desde o segundo século, os cristãos tinham iniciado a prática de rezar pelos falecidos.
Era muito comum visitar os túmulos dos mártires e rezar por aqueles que os precederam derramando seu sangue em defesa da Fé.
A Igreja, já no século V, dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos para os quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.
Foi o Abade de Cluny, Santo Odilon, quem determinou pelo final do primeiro milênio, no ano de 998 que, em todos os mosteiros de sua Ordem, na data de 2 de novembro, fosse realizada a evocação de todos os falecidos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
Pelo século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) recomendam a toda a comunidade cristã a dedicar um dia aos mortos.
No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1º de novembro é a Festa de Todos os Santos.
O costume de comemorar os fiéis defuntos se generalizou e foi oficializado por Roma no século XIV.
No século XV a Igreja concedeu aos frades dominicanos de Valência, na Espanha, o privilégio de celebrar três Missas neste dia. Esta prática difundiu-se pelos domínios da Espanha e Portugal e também na Polónia.
Mais recentemente, ainda durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV, em 1915, generalizou esse privilegio para toda a Igreja.
Doutrina Católica
A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição: Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46, e se apóia na tradição de uma prática piedosa já duas vezes milenar. (JSG)