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Catecismo


Purgatório: um lugar de purificação
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 01/11/2021
 
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É necessário haver uma purificação após a morte?

A Igreja triunfante do céu, a Igreja militante da terra e a Igreja sofredora do purgatório, um lugar de purificação, nada mais são que uma só e mesma Igreja.

A caridade, mais forte que a morte, uniu a do céu à terra, e da terra ao purgatório. São como três partes duma só e mesma procissão de santos, procissão que avança da terra ao céu.

A presença das três faces da Santa Igreja

A Igreja purgativa não é senão este estágio intermediário de purificação no itinerário da alma fiel. Segundo nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, por aí passam “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão perfeitamente purificados”.

Por isso “passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu” (nº 1030).

Mas será Deus tão rigoroso a ponto de não tolerar nem mesmo a menor imperfeição, limpando-a com penas severas?

Já dizia Santa Catarina de Gênova, grande mística do século XV: “a divina Essência é tão pura – infinitamente mais pura do que podemos imaginar – que a alma, vendo nela mesma a menor das imperfeições, prefere atirar-se em mil infernos a aparecer suja na presença da divina Majestade. Sabendo então que o Purgatório está criado para a purificar, ele mesma se joga nele e encontra ali grande misericórdia: a destruição de suas faltas”.

Do que as almas no purgatório se purificam?

Apesar de terem feito o bem e cumprido os mandamentos da Lei divina, restaram apegos exagerados às criaturas, às imperfeições e aos pecados veniais.

Como isso tudo diminui na alma o amor de Deus, por causa dessas afeições desregradas, estabelece-se um estado de desordem em nós, afastando-nos do principal dever do Cristão: amar a Deus de todo coração.

Isto posto, essa é a causa pela qual, antes de permitir a uma alma subir até a glória celestial, “a justiça de Deus exige uma pena proporcional que restabeleça a ordem perturbada” (Suma Teológica, Supl. q. 71, a. 1).

A alma, assim, se sujeita ao castigo do Purgatório com alegria, em plena conformidade com a vontade do Senhor, já que seu único desejo é ver-se limpa.

Como se sentem as almas no Purgatório?

Nossa Senhora leva alívio às almas do purgatório

Embora haja dor, há nas almas do Purgatório um matiz de alegria.

De forma brilhante, explica-o o Santo Padre João Paulo II, na alocução de 3 de julho de 1991: “Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, pois sabe que pertence para sempre ao seu Deus”.

A mesma Santa Catarina de Gênova afirma: “Estou certa de que em nenhum outro lugar, excetuando o Céu, o espírito pode achar uma paz semelhante à das almas do Purgatório”.

Isso ocorre porque a alma se fixa na disposição em que se encontra na hora da morte, pois a liberdade humana termina com a morte.

Visto que a alma do Purgatório faleceu na amizade de Deus, ela se adapta com docilidade à sua santa vontade. Daí conservar a paz em meio a terríveis sofrimentos.

(Cf. Revista Arautos do Evangelho, Nov/2006, n. 59, p. 34 a 37)

 

 

 

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