Desde crianças, quando chega o tempo do Natal, nos habituamos a ver figuras clássicas. Qual é, porém, a origem do presépio que montamos nos lares e das árvores de natal, tão caprichosamente enfeitadas?
O primeiro presépio remonta um santo e um milagre: São Francisco de Assis, em 1223, pediu autorização para seu bispo, já que na época não podia haver representação de imagens na liturgia, e montou uma pequena grutinha, pondo peças para representar o que seria o nascimento do Menino Deus.
A iniciativa teve tantas bênçãos que acabou tornando-se costume. Conta-se até que, no presépio de São Francisco, o menino Jesus tomou vida e conversou com o santo.
As peças tradicionais são a do Menino Deus, Nossa Senhora e São José, anjos, alguns pastores e ovelhas, e dos reis Magos, que vinham lhe entregar os presentes. Apesar de historicamente os Magos só chegarem depois da circuncisão de Jesus, São Francisco os colocou lá para lembrarmos de oferecer nossas vidas ao Infante Divino.
Não podemos esquecer o boi e o burrinho. Não há nenhum relato bíblico do nascimento do Senhor que fale dos animais, mas São Francisco considerou duas coisas: a primeira é que Jesus nasceu num estábulo, e que fazia sentido ter algum animal lá.
Mas o principal foi uma atenção dada pelo Santo de Assis a uma passagem do profeta Isaías. Ele narra o seguinte: “O boi reconhece o seu dono e o jumento conhece o local onde o seu senhor costuma depositar o alimento diário; contudo, Israel não deseja me compreender, o meu próprio povo não age com sabedoria”. (Is 1, 3).
Assim, com carinho e reconhecimento, São Francisco não quis privar a natureza de louvar, mesmo que inconscientemente, seu Senhor. Esta foi a origem do presépio.
Conta uma piedosa lenda de Natal que, quando Jesus nasceu no pequeno estábulo, toda natureza ao seu redor verdejou, mesmo no mais frio inverno. Assim, o pinheiro, a única árvore que continuava verde no mais frio de dezembro, não teve nada de especial para apresentar ao Menino Deus.
Afinal, se todas as árvores frutíferas estavam dando seus doces frutos, se os grandes ciprestes e carvalhos mostravam sua imensa ramagem, o que podia fazer o simples pinheirinho? Triste, ele chorou.
As estrelas do céu, vendo a tristeza do pinheiro, que não tinha nada de especial a dar à Divina Criança, desceram do céu e o enfeitaram. Agora, o pinheirinho tinha luzes magníficas, e, no seu topo em forma de cone, uma linda estrela luminosa o enfeitava.
Quando o Menino Jesus o viu, viu o pinheirinho enfeitado, ele sorriu.
É claro que esse pequeno conto é só uma estória, mas demonstra nosso desejo em cativar o Emanuel que nasce. Na verdade, o pinheiro como árvore natalina nasceu na Germânia, com São Bonifácio. Este, para provar aos nativos pagãos que um grane carvalho não era divino, o abateu com apenas uma machadada.
Quando a imensa árvore caiu, muitas tombaram juntas com ela. Ficou de pé apenas um pequeno pinheiro. Vendo nisso um sinal divino, São Bonifácio instituiu: “A partir de hoje, esse pinheirinho marcará o Natal do Senhor, que derruba todos os ídolos”.
Que a tradição do presépio e da árvore de Natal continue a iluminar nosso natal cristão, fazendo com que pensemos, durante as preparações devidas, no verdadeiro significado da vinda de Cristo.