Neste domingo, dia 2 de janeiro, comemoramos a Epifania do Senhor.
Epifania é um termo derivado do grego que quer dizer “manifestação”. Os primeiros Cristãos celebravam todos os mistérios natalinos em uma festa só, juntando o nascimento do Divino Menino, a comitiva dos Reis Magos diante do presépio e o Batismo de Jesus como uma manifestação que Deus fazia aos povos que antes andavam nas trevas da ignorância.
Para aqueles que costumam recitar a oração do ofício, a Liturgia das Horas, ainda é possível encontrar resíduos desta primeira tradição, pois temos antífonas que louvam o Sagrado Nascimento, a visita dos Reis Magos e o Batismo de Jesus espalhadas pelas orações do dia.
Com o passar dos tempos, o alto magistério eclesiástico decidiu que as festas seriam divididas em dias diferentes: o Natal celebrado no dia 25 de dezembro, o dia de Reis em 6 de janeiro, e o Batismo do Senhor no dia 15 do mesmo mês.
Assim, costumou-se então a chamar o dia de Reis como o dia da epifania, pois, de fato, foi uma das primeiras manifestações que Deus fez ao povo não-judeu, que eram os abençoados com a Revelação. Nas etnias dos três Magos estávamos nós também, agraciados pela luz de Cristo que se espalharia pelo mundo todo.
No Brasil, há alterações feitas pela CNBB: o dia da epifania é celebrado no primeiro domingo logo após a virada do ano. Se por acaso o Natal cair num domingo, no dia 1º de janeiro será mantido a festa de Santa Maria Mãe de Deus, com a epifania sendo celebrada apenas no dia 8.
O Batismo do Senhor acontece, assim, logo no próximo domingo à epifania. Como neste ano a celebramos no dia 2, o dia da festa do Batismo será em 9 de janeiro de 2022.
A Epifania do Senhor marca a visita dos Reis Magos ao menino Jesus. Neste dia lembramos dos presentes que estes deram ao Senhor: ouro, incenso e mirra, reconhecendo a humanidade e a divindade daquele pequeno Menino.
Como celebramos essas ofertas, o costume antigo era entregar os presentes entre os cristãos também neste dia, e não no Natal, como hoje acontece. Ainda hoje, em algumas regiões da Espanha, essa tradição continua.
A fé dos Reis inspira a Santa Igreja sempre a declarar: “Meu Senhor e Meu Deus”. Também vemos ali o carinho que Deus teve com os povos estrangeiros, pagãos, que estavam perdidos na crueldade das leis sem amor.
A Sagrada Celebração tem ritos inusuais, dado a grandeza da festa. O primeiro deles é a aspersão da água benta sobre a assembleia. Como tradição das festividades únicas, Nascimento, Manifestação e Batismo, o padre abençoa a água diante do povo reunido e passa por cada nave da Igreja aspergindo os fiéis, acompanhado de uma música cantada pelo coro.
O segundo rito é a declaração de todas as festividades do calendário litúrgico. Como é uma das primeiras celebrações do ano, antes do Evangelho, no dia da Epifania, o padre lê as datas civis dos acontecimentos litúrgicos.
Deixo com vocês, caríssimos, leitores, para finalizar o artigo, este anúncio da Santa Igreja:
“Irmãos caríssimos, a glória do Senhor manifestou-se, e sempre há de manifestar-se no meio de nós até a sua vinda no fim dos tempos. Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo recordamos e vivemos os mistérios da salvação".
"O centro de todo o ano litúrgico é o Tríduo do Senhor Crucificado, sepultado e ressuscitado, que culminará no Domingo de Páscoa, este ano a 17 de abril. Em cada Domingo, Páscoa semanal, a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento, no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte”.
“Da celebração da Páscoa do Senhor derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico: as Cinzas, início da Quaresma, a 02 de março; Ascensão do Senhor, a 29 de maio; Pentecostes, a 05 de junho; e o Primeiro Domingo do Advento, a 27 de novembro”.
“Também nas festas da Santa Mãe de Deus, dos Apóstolos, dos Santos e na Comemoração dos Fiéis Defuntos, a Igreja peregrina sobre a terra proclama a Páscoa do Senhor".
"A Cristo, que era, que é e que há de vir, Senhor do tempo e da história, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém”.