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O Filho Pródigo e as três moedas de ouro
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 26/03/2022
 
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"E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou".

Neste quarto Domingo da Quaresma a Santa Igreja nos propõe, através de sua liturgia, a um rejubilar especial: é o Domingo Laetare, ou Domingo da Alegria. Para saber mais sobre ele, clique aqui.

Neste domingo, portanto, contemplamos um evangelho destinado a aliviar nosso coração nesse itinerário de penitência e purificação da Quaresma: A Parábola do Filho Pródigo Porém, muitas vezes focando a alegria do Pai, esquecemos de algo essencial para o filho. E essa lição vai nos ser apresentada, à modelo de Nosso Senhor, em uma pequena estorinha.

As três moedas de ouro

Conta-se que, nos longínquos anos da Idade Média, lá pelo século XIII, um criminoso foi pego em delito flagrante roubando de uma pobre família. O crime foi tão cruel, tirar dos que já não tinham muita coisa, que, reunindo-se em conselho, o rei resolveu dar uma punição exemplar: sua pena seria pena de morte.

No dia marcado para a execução, toda a sociedade compareceu para ver o triste destino do bandido. Alguns estavam mais consternados que os outros; mas, diante da corte e do rei, e perante os acontecimentos, ninguém tinha coragem de interceder pelo coitado. Porém, à hora marcada, já sendo lido o crime que merecia tão infame punição, uma voz se vez ouvir na assembleia: foi a rainha que, levantando-se com coragem, ajoelhou-se diante do rei e pediu misericórdia para o que ia morrer.

O rei, tão bom marido como bom governante, não queria negar atender ao desejo de sua rainha, mas não podia quebrar as leis que seus pais e avôs haviam dedicado tempo e esforço para firmar. Aliás, se tão fácil fosse assim ser libertado, não ficariam os criminosos do reino muito animados para novas empreitadas?

Mas a rainha não desistiu do seu pedido. Queria misericórdia, e a obteria para o criminoso, mesmo que este não merecesse. O conselheiro do rei, então, deu uma boa ideia ao soberano: que afixasse uma vultosa quantia para livrar o condenado da pena de morte, mas não da cadeia, pois deveria cumprir sua sina. O monarca aceitou os termos, e proclamou que, se o bandido possuísse 1000 moedas de ouro, ele seria libertado.

Todos ficaram consternados: ninguém ali, com exceção aos mais ricos da corte, possuíam tantas riquezas assim; e quem se desfaria te tal quantia por aquele miserável?

Solução da rainha

O rei, porém, conversando com a rainha em particular, sabendo de sua generosidade e misericórdia, cedeu-lhe de bom grado tudo o que possuía nos seus cofres privados: 600 moedas.

Mãe corredentoraA rainha, alegre com tal notícia, começou a pedir doações aos ricos do reino, que lhe ajudavam na medida do possível. Ela própria vendeu suas joias em busca de completar o valor estabelecido.

O tempo se escoou e o prazo para o julgamento final e apresentação da quantia enfim chegou. Mas quando a rainha foi contar todo o valor, ainda não atingia as 1000 moedas! Diante do criminoso, ela se levantou mais uma vez e proclamou um discurso inflamado de bondade e misericórdia. Alguns que estavam lá reviraram os bolsos e deram o que podiam.

Por fim, contabilizando tudo, atingiram a quantia de 997 moedas de ouro. A rainha tentou apresentar isto ao magistrado, mas o combinado fora 1000! O rei já estava de mãos atadas, ninguém podia fazer mais nada. O bandido se preparou para a fatídica cena. Porém, com um semblante firme, a rainha ordenou que parassem e revistassem o condenado: talvez ele tivesse algo. E, quando procuraram, acharam três moedas de ouro que completaram o dote real. Ele estava livre da pena de morte.

O Filho pródigo e as três moedas de ouro

O que tão pequeno conto poderá nos dar de lição hoje, no Quarto Domingo da Quaresma, no Domingo da Alegria? Que de nada valerá toda a alegria e disposição do Pai em perdoar se não houver a nossa vontade de pedir perdão.

Nunca haveria uma parábola do Filho Pródigo se este, em determinado momento, não pensasse na casa do Pai. Se este, enterrado nas bolotas dos porcos, não procurasse ajuda. Notemos que ele vai ao Pai pedindo para ser tratado como um empregado, e não como filho.

Mas o que importava, para o filho da parábola, era voltar ao convívio com o Pai. Como, ele não sabia bem.

Assim, também nós, nesta santa celebração onde o alívio do perdão é ressaltado, precisamos estar convictos de possuir pelos menos três moedas de ouro: a moeda da vergonha por ter pecado, a moeda de ouro do pedido de perdão, e a última moeda, a mais preciosa, a do propósito de não voltar a pecar de novo.

Que Nossa Senhora, a Rainha Eterna que constantemente se ajoelha diante do Rei por nós, mesmo sem merecermos, ache em nós estas três moedas de ouro na hora em que formos cobrados.

 
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