"Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer".
O mês de março vem terminando, e com ele também se finda o maior tempo de penitência e purificação que a Quaresma nos convida. Agora, na liturgia, Cristo entrará montado em um burrico em Jerusalém. Assim, inicia-se a Semana Santa.
O que os cristãos devem esperar de graças e símbolos para esta semana que precede o Tríduo Pascal?
Semana Santa na Liturgia da Santa Missa
Os evangelhos de segunda e terça são de sermões e passagens em que Cristo prediz sua morte, recordando ao católico de hoje que Ele sabia o porquê estava na cidade Santa e como Ele aceitava, sem um pingo de dúvida, o sacrifício que faria por nós.
Na quarta-feira, porém, dá-se a escuridão num coração humano: é Judas que concretiza seus planos. Ele vai até os sacerdotes e fariseus e combina o sinal da afeição: um ósculo naquele que querem capturar. E os hipócritas lhe dão seu pagamento: um saco com trinta moedas de prata.
Na quinta-feira, Jesus nos entrega o maior dom que poderíamos receber: Ele se torna presente entre nós através da Eucaristia até o fim do mundo. Transubstanciando o pão e o vinho, possuímos a garantia de poder partilhar com ele a Ceia que tanto desejou: “Fazei isto em memória de mim”. É na quinta-feira santa a primeira vez em muito tempo onde cantaremos o Glória, e desta vez sob o som de sinos e sinetas. Também serão brancos os paramentos, deixando, por um bom tempo, a cor roxa da penitência.
Mas ao final da santa celebração, como naquele dia fatídico no cenáculo, Jesus é preso, e o altar é despojado de seu brilho. Todos passamos a vigília apreensivos, tristes pela morte do Senhor que se aproxima. Esse movimento dá início ao Tríduo Pascal, que culminará na Ressurreição de Cristo no Domingo. Sobre ele faremos outro artigo contando um pouco como são as cerimônias litúrgicas da festa pascal.
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O que fazer na vida de todos os dias?
Se a quaresma foi um tempo de preparação, a Semana Santa é a concretização desta espera e purificação. Nela, nosso estado de alma deve ser mais recolhido, nosso pensamento mais centrado. Não é à toa que, apesar desta forma de devoção poder ser cumprida também nos outros dias da Quaresma, cobrir as imagens com véus pretos ou roxos é uma atitude importante na Semana Santa. Lembremo-nos que Jesus é recebido em glória no domingo, mas já na segunda começa a se planejar sua morte.
A Vida de nossa vida já está cercada por aqueles que procuram matá-lo; quem não ficaria apreensivo? É, pois, necessário ter em conta essa realidade para um maior rejubilar pascal. Toma-se o jejum e a abstinência com mais seriedade e o silêncio deve ser mais comum; adiam-se as grandes diversões, e o olhar fica posta na cruz, instrumento de nossa salvação.
Por último, é muito salutar que o cristão se confesse na Semana Santa. O mistério por excelência, sem o qual seria vã nossa fé, está prestes a acontecer. Estar devidamente preparado e com o coração limpo dos pecados é o mínimo que poderíamos ofertar àquele que morre na Cruz por nós.
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