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Avareza, ganância e liberalidade
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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A virtude da liberalidade nos faz mais santos

Quando falamos dos sete pecados capitais, a avareza toma um posto logo abaixo do orgulho. O que faz este vício ser tão detestável e, ao mesmo, tão praticado pelas gerações humanas? Como ele é identificado no catecismo, e como a avareza é combatida? A resposta está em se livrar de tudo? Como sempre, a doutrina Católica é perfeita e sensata, mantendo o equilíbrio que tranquiliza o coração humano.

Avareza: o que é?

Diz-se que o avarento é aquele que acumula tesouros e não os gasta com ninguém. Em parte, esta afirmação é verdadeira, mas não completa. O conceito de avareza trazido pela Igreja é: quem estabelece uma pecaminosa relação com os bens que possui, privando a si e aos outros das prodigalidades que estes bens permitiriam.

avarezaA ganância, portanto, identifica-se neste ponto com a avareza, pois o avarento sempre quer mais, sem mesmo saber o que fazer com o que obtém. Como o ser humano tem sede do infinito – e por isso mesmo só pode repousar em Deus – quando ele transfere esse amor e essa expectativa aos bens terrenos, ele se torna ganancioso, procurando preencher sua vida com o máximo que puder reunir.

O avarento, porém, sempre dá um passo a mais em direção ao abismo: não há pessoa, a não ser ele mesmo, que seja digno dos gastos que ele possa ter. Em alguns casos, o avarento negligencia a si próprio para continuar aumentando suas posses. É por isso que o pecado de avareza é tão nefasto: cega a própria pessoa dos problemas, inclusive, dos seus íntimos, como familiares e amigos.

Por que o mundo tem a ganância como um bem?

Na maioria das vezes, os termos são confundidos. O ganancioso é aquele que enxerga os outros, em sua busca por posses, como inimigos e contrários. Por isso, para o ganancioso, não existe caridade, ou empatia: ele procura seu objetivo com exagerada preocupação, e é violento quando precisa.

Porém, uma pessoa ambiciosa, que procura um melhor padrão de vida, não pode ser chamada de gananciosa. Aceitar o escalonamento de classes e padrões de vida que a sociedade permite ou estimula não é um erro, mas uma opção. Mesmo não havendo uma justiça perfeita nas relações humanas, ainda continua sendo um mérito natural a busca por posses.

O que não pode acontecer é que esta busca seja o centro da vida de um cristão. Lembremos da frase de Cristo: “Procurai o reino de Deus e sua justiça e o resto vos será dado em acréscimo”. Assim, antes de tudo, o católico é um homem ou mulher de oração, com o coração posto no Reino Celeste, mas que procura desenvolver-se na medida do possível, para o seu próprio bem e de seus familiares.

Liberalidade: virtude oposta à avareza

Santo Agostinho, em sua sabedoria, afirma que é próprio da virtude fazer-nos usar bem aquilo que poderíamos usar mal. Por isso, em matéria de posses e bens terrenos, que poderíamos usar mal, sendo gananciosos e avarentos, a liberalidade é a virtude que nos ensina a usar as coisas materiais para o bem de si mesmo, dos mais próximos, e da comunidade humana.

Mas os santos atentam que é justamente nesta ordem: o bem próprio, de seus mais próximos e da comunidade. Não é virtude livrar-se de tudo e deixar aqueles que dependem de seu trabalho também na miséria. Por isso, o católico virtuoso e praticante da liberalidade procura o próprio conforto, mas não fecha os olhos aos sofrimentos dos que estão ao seu redor.

a esmola e a liberalidadeNesta perspectiva, cumpre com as obras de misericórdia: alimenta os com fome, sacia os sedentos, veste os nus, etc. Estas atividades ele as pode exercer ele mesmo, ou colaborar para que outras instituições a façam. A Igreja Católica sempre manteve obras de ajuda ou apoio aos miseráveis, pois é sua caraterística de mãe. A virtude da liberalidade, portanto, pede de nós que façamos boas ações, sem se concentrar no próprio patrimônio de forma desregulada.

 
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