Deus criou o Céu e a terra

50. O que significa que Deus é onipotente?

Deus revelou-Se como “o Forte, o Potente” (Sl 24, 8-10), Aquele para quem “nada é impossível” (Lc 1, 37).

A sua onipotência é universal, misteriosa, e manifesta-se na criação do mundo a partir do nada, e na criação do homem por amor, mas, sobretudo, na Encarnação e na Ressurreição do seu Filho, no dom da adoção filial e no perdão dos pecados.

Por isso a Igreja dirige a sua oração ao “Deus onipotente e eterno” (Omipotens sempiterne Deus).

51. Por que é importante afirmar: “No princípio criou Deus o Céu e a terra” (Gn 1, 1)?

Porque a criação é o fundamento de todos os projetos divinos de salvação; manifesta o amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro passo para a aliança do Deus único com o seu povo; é o início da História da salvação que culmina em Cristo; é uma primeira resposta às questões fundamentais do homem acerca da sua própria origem e do seu fim.

52. Quem criou o mundo?

O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação do mundo seja particularmente atribuída ao Pai.

53. Para que foi criado o mundo?

O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza.

O fim último da criação é que Deus, em Cristo, possa ser “tudo em todos” (I Cor 15, 28), para a sua glória e para a nossa felicidade. 

“A glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus” (Santo Ireneu).

54. Como Deus criou o universo?

Deus criou o universo livremente, com sabedoria e amor.

O mundo não é o produto de uma necessidade, dum destino cego ou do acaso. Deus criou “do nada” (ex nihilo: II Mac 7, 28) um mundo ordenado e bom, que Ele transcende infinitamente.

Deus conserva no ser a sua criação e sustenta-a, dando-lhe a capacidade de agir, e conduzindo-a à sua realização, por meio do seu Filho e do Espírito Santo.

55. Em que consiste a providência divina? 

A providência divina consiste nas disposições com as quais Deus conduz as suas criaturas para a perfeição última, à qual Ele as chamou.

Deus é o Autor soberano do seu desígnio, mas, para a realização do mesmo, serve-Se também da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causas umas das outras.

56. Como o homem colabora com a providência divina?

Ao homem, Deus concede e requer, respeitando a sua liberdade, a colaboração através das suas ações, das suas orações e mesmo com os seus sofrimentos, suscitando nele “o querer e o operar segundo os seus benévolos desígnios” (Fl 2, 13).

57. Se Deus é onipotente e providente, por que existe o mal?

A esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só o conjunto da Fé Cristã pode dar resposta.

Deus não é, de maneira nenhuma, nem direta nem indiretamente, a causa do mal.

Ele ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para vencer aquele grande mal moral que é o pecado dos homens e que é a raiz dos outros males.

58. Por que Deus permite o mal?

A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem.

Deus realizou admiravelmente isso mesmo na Morte e Ressurreição de Cristo: do maior mal moral, a Morte do seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa redenção.