Dentre os pecados capitais, a luxúria se encontra em singular posição. Isto é comentado por Dr. Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra Revolução e Contra-Revolução ao afirmar que “a mola propulsora da decadência humana é o orgulho e a sensualidade”.

Como o pecado de impureza sempre será grave, o católico precisa estar bem munido de um espírito intenso de oração e com ciência das causas e das ocasiões de pecado que podem precipitá-lo no vício.

Neste artigo, vamos relembrar alguns conselhos dados por Santos para resistirmos às tentações da luxúria.

Por que a luxúria é algo tão mal?

A pureza é uma virtude sublime, tão excelsa que Nossa Senhora teve apenas um questionamento ao Anjo quando este veio anunciar a Encarnação: “E como se dará isso se não conheço varão algum?”

E Deus fez um milagre para preservá-la: é por isso que Maria Santíssima tem o título de Virgem das virgens, aquela que é tão virgem perto das virgens quanto uma virgem é virgem perto de outras não virgens!

Mas a pureza de corpo não existe por si só. Sem uma mente ou um coração puro, não existe castidade ou virtude.

A pureza pede do praticante que ele seja íntegro, porque o principal mal ocasionado pela  luxúria não é ao corpo, mas, sim, à alma.

É por isso que podemos dizer que o demônio, mesmo sendo anjo, é impuro; mesmo sem corpo, as deformações que ele abraça pelo vício ainda são vistas nele.

A impureza torna o ser mais preguiçoso, pois fica menos temperante. Como não domina a si mesmo, o impuro também é irado e nervoso; sofre constantemente com expectativas e precisa validar-se a todo momento. Não é à toa que a luxúria anda de mãos dadas com a soberba.

Como derrotar a impureza de corpo e de alma?

O vício da luxúria é um pecado extenso e abrangente: aquele que cai em suas garras já está comprometido de mente e de corpo. Muitas de suas ações se transformam em hábitos de impureza, o que torna a libertação ainda mais difícil.

Assim, o mais recomendado é uma estratégia que comece com mudanças pequenas e vá evoluindo. Os confessores recomendam que a pessoa vá se livrando dos hábitos de impureza pouco a pouco.

Se eles acontecem todos os dias, tentarei não os cometer por uma semana; depois evoluo para meses, e assim, a conquista da virtude da pureza por um ano e, com a graça de Deus, para sempre.

A Confissão é o principal aliado do pecador arrependido que quer alcançar a virtude. Estabelecer uma rotina de Confissão é essencial, caso o vício esteja muito aceso na pessoa.

Alguns confessores chegam a recomendar uma Confissão por semana; alguns Santos, porém, com a consciência mais delicada, chegavam a confessar-se diariamente!

O importante é não fugir de Deus, mas para Deus! Se tivermos persistência, Ele concederá a vitória.

Conselhos para a prática da virtude da castidade

Em primeiro lugar, é preciso evitar as ocasiões de pecado.

Nosso Senhor é claro no Evangelho: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Ele colocou primeiro, com razão santíssima, a palavra “vigiai”.

O que reza e não vigia é como aquele que se banha de gasolina e vai até uma fogueira rezando a Ave-Maria e pedindo o milagre de não se queimar!         

Para evitar o pecado da impureza, preciso manter meus olhos puros. Eles são a janela da alma, e o que entrar por eles será matéria para o demônio me tentar mais tarde. Por isso, devo evitar as más leituras, as más companhias e os maus lugares.

Lembremo-nos do conselho de Jesus: “Se um olho te levar a pecar, arranca-o; pois é melhor entrar no Paraíso com um olho só do que ir com dois para o inferno”.

A oração é a segunda maior recomendação: sem ela, não temos força para nos mantermos estáveis na prática da virtude. Precisamos pedir a Deus constantemente pela nossa salvação e para que nos livre do mal e nos proteja na hora das tentações.

Por último, um conselho dado por muitos Santos e repetido bastante por Dr. Plinio: a luxúria é um vício tão terrível que se contrapõe diretamente ao amor à pureza.

Assim, quanto mais procuro conhecer sobre a virtude da castidade, quanto mais estou em contato com pessoas que a praticam fielmente, solteiras ou casadas, mais eu entendo a pureza e mais consigo detestar e deixar a luxúria.

Sem um amor crescente à virtude da castidade, fica impossível combater a impureza que vicia.