Santa Olímpia, grande amiga de São João Crisóstomo, o qual era o seu diretor espiritual, pertencia a mais alta sociedade de Constantinopla. Nasceu em 361, ou, segundo algumas fontes, em 368. Neta de Ablábio, que foi prefeito do pretório do Oriente, e cônsul, era filha dum conde de palácio.
Órfã, quando menina, teve como tutor o prefeito de Constantinopla, sendo educada por Teodósia, irmã de Anfilóquio, bispo de Icônio.
Santa Olímpia foi mulher de grande cultura. São Basílio dedicou-lhe o tratado do Espírito Santo.
Casada com Bebrídio, prefeito de Constantinopla, recebeu de São Gregório Nazianzo, que fora convidado para as núpcias, mas não pudera, por doença, comparecer, um Código da Mulher Cristã, em versos.
Enviuvando, depois de vinte meses de casada, o imperador Teodósio procurou consorciá-la novamente. Olímpia, porém, diz-se, respondeu-lhe, excusando-se, porque desejava permanecer naquele estado:
- Se meu Rei quisesse que eu vivesse com um homem, não me teria levado o primeiro.
Conta-se que Teodósio, enraivecido, seqüestrou-lhe os bens, o que ela agradeceu sinceramente. Quatro anos mais tarde, quando a Santa entrava nos trinta anos, o imperador, tocado pela constância e seriedade do ascetismo da ótima viúva, concedeu-lhe a livre disposição dos bens. Desde então, entrou a fazer esmolas como jamais.
Falecida em 408, foi enterrada na Nicomédia. As relíquias, mais tarde, transferidas para Constantinopla, assegura-se, "verteram muito sangue". (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, Pgs. 321-322)