No começo do século, Santo Olaus, rei da Noruega, desposou a filha de outro Olaus, rei da Suécia, e tal aliança serviu para despertar o cristianismo neste último país, do qual como que desaparecera após a missão de Santo Anscário. O rei Santo Olaus da Noruega mandou vir da Inglaterra uma nova colônia de missionários, cujo chefe era São Sigfrido, parente próximo do rei inglês, e mandou-a para o reino de Olaus da Suécia, seu sogro.
Sigfrido, mal chegou ao destino, teve a felicidade de batizar o rei e grande parte da nação. Pregou, a princípio, em Wexiow, na Gótia meridional, onde estabeleceu uma sede episcopal, de acordo com o arcebispo de Hamburgo, legado apostólico para o país do norte; em seguida, percorreu várias outras províncias que conquistou para Jesus Cristo.
Nunca houve missionário que se mostrasse mais fiel imitador dos apóstolos. Tinha tamanha caridade e tamanho desinteresse que provocara a admiração dos próprios pagãos. Eis um exemplo:
Três dos seus sobrinhos, por ele deixados em Wexiow, enquanto o tio anunciava o Evangelho nas demais províncias, foram desumanamente assassinados pelos idólatras. O rei, indignado com tão negra ação, capaz de acarretar perigosíssimas conseqüências, no caso de não ser punida, resolveu condenar os assassinos à morte.
O santo informado do que se passava, intercedeu por eles, e fê-lo com tal zê-lo, que obteve o que desejava: a vida dos assassinos. No entanto, condenou-os o príncipe a uma forte multa em proveito de Sigfrido: mas não foi possível determinar este último a receber fosse o que fosse, apesar de extremamente pobre e de ter grande necessidade de dinheiro para garantir a fundação da nova igreja.
Viveu Sigfrido até a época em que escrevia Adâo de Bremen, e morreu por volta de 1030, Foi sepultado na catedral de Wexiow, onde o seu túmulo se tornou célebre por grande número de milagres.
O Papa Adriano IV, que também trabalhara zelosamente para a conversão da Noruega e de vários outros países do norte, o canonizou por volta do ano de 1158. Os suecos honraram São Sigfrido como seu apóstolo, enquanto perseveraram na fé que lhes fora pregada, isto é, enquanto se mantiveram católicos. (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume III, p. 255-256)
