Nascido na Sicília, Zózimo, com sete anos, foi levado ao mosteiro de Santa Lúcia, em Siracusa, pelos pais. Era, então, abade daquela casa, o bom Fausto, que o recebeu com carinho.
Diante de tanta virtude, o abade, um dia, encarregou o novo membro da comunidade da guarda do túmulo da santa mártir Lúcia.
Zózimo sentia imensas saudades da família. E, uma noite, às escondidas, saudosíssimo, deixou o mosteiro e partiu.Quando chegou, os pais admiraram-se de vê-lo de volta e, interrogando-o, descobriram que o filho deixara o mosteiro sem consentimento superior. Imediatamente, encaminharam-no ao abade. E Zózimo, que do abade Fausto esperava dura repreensão, recebeu exepcional carinho.
Naquela noite, Santa Lúcia, apareceu-lhe em sonhos. E, recriminando-lhe a falta de constância, a infidelidade, fez com que o santo se compenetrasse do seu estado. Desde aquela época, Zózimo tornou-se humilde, recolhido, zeloso e penetrado de maior espírito de desprendimento. Modelo de regularidade e de obediência, à morte de Fausto continuou como guarda do túmulo da santa mártir que vira em sonhos.
Segundo o costume daqueles tempos, desaparecido o superior, os religiosos iam procurar o bispo, para que este lhes desse novo abade. Quando João, o bispo, os recebeu a todos e a todos examinou detidamente, perguntou:
- Viestes todos? Não falta ninguém?
- Não, responderam eles.
O bispo insistiu:
- Todos?
Responderam:
- Há um irmão ainda no mosteiro, que guarda o túmulo de Santa Lúcia.
- Trazei-me aqui! Ordenou o bispo.
Assim que Zózimo chegou, João, inspirado por Deus, disse:
- Eis aí aquele que o Senhor escolheu para ser vosso abade.
E, imediatamente, conferiu-lhe o sacerdócio. São Zózimo foi abade sábio, prudente, moderado, doce, mas enérgico. À frente do mosteiro de Santa Lúcia de Siracusa, ficou o santo por quarenta anos, e quando Pedro, o bispo que sucedera aquele que a Zózimo conferira o sacerdócio, morreu, o nosso santo foi visto como o novo prelado.
E assim foi. Sagrado em 647 por Teodoro, que então se assentava, em Roma, na cátedra de Pedro, o Apóstolo, o novo bispo se ocupou do rebanho que Deus lhe dera por treze anos - treze anos passados na mais estrita vigilância, a exercer uma caridade sem limites, a pregar as santas verdades, a pregar as santas virtudes, a praticar a pobreza.
Falecido, a 30 de Março, ou, segundo querem alguns, a 21 de Janeiro de 662, é o santo invocado particularmente contra a peste. (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume V, p. 384 à 386)