O Bem-aventurado Gandolfo nasceu, segundo se crê, em Binasco, na Lombardia, quando ainda São Francisco de Assis revolucionava o mundo de então.
Na ordem franciscana, onde entrou, Gandolfo sobressaiu-se pela humildade, o amor à oração e o zelo incomensurável que votava à salvação das almas.
Professando no convento de Palermo, deixou-o, com autorização dos superiores, e foi viver a vida ardentemente desejada, na solidão. E a solidão, encontrou-a ele em Polizzi, na Sicília.
Embora amasse o ermo, deixava-o, de tempos em tempos, tal o zelo, para pregar às populações. Conseguiu, assim, converter numerosíssimas almas para o Senhor.
Conta-se dele que, um dia, pregando em Polizzi, não conseguia fazer-se ouvir distintamente, por mais que elevasse a voz, tal a balbúrdia que imenso bando de andorinhas fazia, a voejar sobre a vasta praça em que se achava, rodeado de grande massa, ansiosa por ouví-lo. Então erguendo os olhos para as irrequietas avezinhas azucrinantes, dirigiu-lhes a palavra, pedindo-lhes que se calassem até que terminasse a prédica.
O silêncio foi instantâneo. E enquanto o bem-aventurado fazia sua prédica, limitaram-se as graciosas aves a voltejar no azul do céu, como se fossem mudas.
Morto em paz, no ano de 1260, o Bem-aventurado Gandolfo de Binasco foi enterrado na principal igreja de Polizzi. Leão XIII, em 1881, confirmou-lhe culto. (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume VI, p. 72-73)