A Igreja Católica deu um novo impulso na evangelização da China após a divulgação de vários decretos imperiais, os quais concediam liberdade religiosa para todos os súditos e autorizavam os missionários a evangelizar em seus vastos domínios. Mas a questão dos "rituais católicos chineses" começou a irritar o imperador, que, influenciado pela perseguição aos cristãos no Japão, resolveu promover a sua também.
No início, a perseguição ocorreu disfarçada e veladamente. Os massacres sangrentos dos cristãos só começaram em 1648. Na época, todos os decretos foram cancelados e as execuções autorizadas, apenas os que renegassem a fé seriam poupados. Do século XVII até a metade do século XIX, muitos missionários e fiéis leigos foram mortos, inclusive monsenhor João Gabriel Taurin Dufresse, das Missões Exteriores de Paris, e que depois também foi beatificado.
Agostinho Zhao Rong foi um soldado chinês que escoltou monsenhor Dufresse até a cidade de Beijin e o acompanhou até sua execução por decapitação. Ele ficou muito impressionado com a serenidade e a força espiritual de Dufresse, que, apesar de torturado, não renegou a fé em Cristo. Foi assim que Agostinho se viu tocado pela luz da fé e rogou para que Dufresse o convertesse. Depois, foi batizado e enviado ao seminário, de onde saiu ordenado sacerdote diocesano. Quando foi reconhecido como cristão, ele também sofreu terríveis suplícios carnais antes de morrer decapitado, em 1815. Entretanto, jamais renegou sua fé em Cristo.
No início de 1900, ocorreu a revolução comunista chinesa, provocada por motivos políticos reprimidos há anos, com novas ondas de perseguições aos cristãos. Porém o motivo foi exclusivamente religioso, como comprovaram os documentos históricos. Desde então, uma sangrenta exterminação aconteceu, matando um número infindável de catequistas leigos, chineses convertidos, sacerdotes chineses e igrejas. Todos os nomes não puderam ser localizados, porque a destruição e os incêndios continuaram ao longo do novo regime político chinês. A última execução em massa de cristãos na China, de que se tem notícia, aconteceu em 25 de fevereiro de 1930.
A Igreja Católica havia beatificado 120 mártires chineses de diferentes épocas, para para representar os inúmeros mártires que morreram na China por sua fidelidade, incluindo aqueles que morreram na época comunista (desde 1949), cujo grande número ainda está por ser definido. A canonização realizou-se no Vaticano em 10 de outubro de 2000, ano do Grande Jubileu, pelo Papa João Paulo II. (Fonte: http://arquisp.org.br)