A vida de Santo Eulógio comporta comentários belíssimos. Sua defesa do que era certo, mesmo não sendo o mais conveniente, ainda encanta o coração dos ousados guerreiros cristãos.
Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, exímio pensador católico, dele disse: “Santo Eulógio lutou como um leão e passou pela dura provação de ser condenado pelo episcopado”.
“Ele nos deu um exemplo de que devemos amar tanto a Igreja e as instituições eclesiásticas, que estejamos dispostos a sofrer, por amor e fidelidade a elas, a pior das coisas, que é a oposição acomodada dos não santos”.
“Devemos pedir a Santo Eulógio esta forma especial de coragem, muito mais meritória do que a própria coragem do martírio”.
No ano de 850, desencadeou-se em Córdoba violenta perseguição muçulmana contra os cristãos. Dentre as várias vítimas destaca-se o sacerdote Eulógio, pertencente a uma das famílias mais consideradas da cidade, e que escreveu os combates gloriosos daqueles que morreram pela fé.
Será o defensor de vários cristãos que se apresentaram voluntariamente ao martírio, e por isto foram criticados como temerários.
Os muçulmanos, espantados de ver tantos cristãos correr ao martírio, temeram uma revolta e o fim de seu domínio. O califa Abdéramo reuniu os conselheiros e ficou resolvido que prenderiam ou matariam quem quer que falasse contra o profeta.
Os cristãos então se esconderam e vários fugiram, durante a noite, disfarçados e mudando, muitas vezes, de esconderijo. Outros, não querendo fugir nem se esconder, renunciaram a Jesus Cristo e perverteram os outros.
Porém, vários, tanto sacerdotes como leigos, que antes louvavam a constância dos mártires, mudaram de opinião e passaram a tratá-los de indiscretos, alegando mesmo a autoridade da Escritura para sustentar suas opiniões.
Estes, que desde o começo desaprovaram o comportamento dos mártires, queixavam-se amargamente de Santo Eulógio e de outros sacerdotes, os quais, encorajando-os, haviam atraído a perseguição.
Assim, o califa fez reunir em Córdoba os metropolitanos de diversas províncias e estabeleceu-se um concílio para acharem um meio de apaziguarem os infiéis.
Na presença dos bispos, um escrivão riquíssimo, cristão, mas que tinha medo de perder o que possuía, atacou rijamente o sacerdote Eulógio. Ele havia sempre censurado tais mártires e pressionava os bispos a pronunciarem um anátema contra os que quisessem imitá-los.
Por fim, o concílio publicou um decreto que proibia dali em diante que alguém se oferecesse ao martírio. Mas em termos alegóricos e ambíguos, segundo o estilo da época, de sorte que servia para contentar o califa e o povo mulçumano, sem, todavia, censurar os mártires, quando se penetrava o sentido das palavras do decreto.
Entretanto, Santo Eulógio não aprovava tal dissimulação. Lutou contra ela durante muito tempo, duramente perseguido pelos muçulmanos, mas também pelos cristãos acomodados.
Finalmente, firme na defesa dos mártires voluntários, foi decapitado no ano de 859.
O mártir de Deus, nos dá assim, um testemunho de fidelidade que ultrapassa a lei escrita, pois a vivia em seu coração.
Infelizmente, há católicos dentro do mundo pecaminoso de hoje querem precisamente uma acomodação, em vez da luta contra o espírito do mundo. Por estes, rezemos especialmente a santo Eulógio que os toque no seu interior para que vivam a autêntica lei de Cristo.
Por nós, peçamos força ao santo cordobano e tenacidade para não recuar em uma situação onde nos seja pedido um testemunho de fé e caridade cristã.