O grande personagem episcopal celebrado hoje é São Máximo, bispo de Jerusalém. Viveu no século IV, capitaneando grandes empreendimentos da Santa Igreja nesta época.
Não se sabe ao certo quando São Máximo nasceu, a não ser as datas onde sofreu a sua primeira perseguição. O mundo católico sofria intensas convulsões antes do Edito de Milão, em 313, que libertaria a Igreja. Mesmo em terras orientais, os primeiros cristãos sofriam com os decretos dos imperadores romanos. Posto nesta situação, São Máximo esteve na proa dos acontecimentos: foi deliberadamente perseguido pela sua fé, e, nos castigos desmedidos e cruéis, ele perdeu seu olho e sua perna direita.
Mesmo assim, sem haver o mínimo de justiça, Máximo não recuou. Foi baluarte em tempos difíceis, e por isso mereceu ser dignificado nos tempos de paz: em 331, nomeado por São Macário, ascendeu ao trono de bispo.
Em um primeiro momento, São Macário o quis enviar para Dióspolis como pastor do lugar. Mas a população sabia que seu bispo Macário se retiraria, e quiseram pôr em seu lugar seu discípulo tão corajoso e honesto, e que veneravam por carregar em seu corpo cicatrizes de sua defesa da fé. Deste modo, com grandes celebrações, São Máximo foi entronado e o povo festejou por muitos dias seu novo bispo tão querido.
São Máximo acompanhou de perto as medidas que a Santa Igreja tomou contra o arianismo. Começando inicialmente como um pensamento ingênuo dentro da Igreja Católica, tomou ares de expansão e infringiu a fé naquilo que ela tem de mais essencial. Segundo Ario, fundador desta heresia, Jesus não era Deus. E se Cristo não compartilha da divindade do Pai, de nada nos serve sua reconciliação, pois só um Deus poderia nos conseguir o auxílio no tribunal divino. Assim, segundo o pensamento ariano, ainda estamos presos pelo pecado original, e as portas do Céu não nos estão abertas.
São Máximo, bispo da terra santa, não podia deixar que este pensamento tomasse grandes proporções. Com outros prelados, e ouvindo os direcionamentos do Santo Padre, foi essencial no decreto do Concílio de Niceia, celebrado em 335. Ele já estava entre os números dos preocupados em 325, mas ainda não pôde dar o devido peso pois não fora ordenado bispo.
No mesmo ano de 335, São Máximo viu todas as contendas organizadas pelos hereges para desmobilizar Santo Anastácio, que decretavam como herege. Em um primeiro momento, o bispo Máximo deu seu veredito para que Anastácio fosse afastado, já que sua doutrina não parecia pura. Rapidamente, porém, tendo convocado seus estudiosos e feita os devidos apontamentos, São Máximo percebeu a calúnia feita a Santo Anastácio, e rapidamente se retratou. Fez mais: na sagração de uma imponente Basílica em Jerusalém, erigida por Constantino, reuniu todos os bispos da Palestina e apresentou Anastácio como vítima das mentiras dos hereges, e como sua pregação continha o doce néctar da verdadeira doutrina.
Tendo governado a Sé de Jerusalém por mais de 20 anos, foi atacado por Acosse de Cesareia, em, 349 que já não o julgava mais eficiente no cargo de bispo. Sendo assim, foi deposto, a contragosto da população, mas não pediu que fizessem algo por ele, pois sabia estar no limiar da vida.
De fato, menos de três anos depois, São Máximo entregou seu último suspiro aos presentes como uma passagem para o Céu. Em 351, foi enterrado com todas as honras de seus predecessores em Jerusalém, compartilhando da terra onde Cristo também fora sepultado.
Quem lhe sucedeu no governo da diocese, por ódio de Acosse de Cesareia, que queria as honras para si, foi seu discípulo, São Cirilo de Jerusalém, a quem formara e ministrara o catecismo ainda no começo de sua carreira episcopal. São Cirilo sofreria ainda mais que seu mestre, ficando mais tempo no exílio do que no governo da diocese de Jerusalém. Mas, com grande sagacidade, nunca esqueceria das palavras e exemplos de seu professor.
Que São Máximo nos dê muita constância e dedicação para as grandes ousadias cristãs que Deus nos pede, mesmo nos tempos mais difíceis de perseguição velada e injusta.