São João Bosco edifica os rapazes com sua prudência
Os santos são sempre espetaculares em suas atitudes, forjando exemplos e feitos que merecem admiração. Seja em diversas situações, até mesmo nas mais desfavoráveis, continuam sendo íntegros em seu agir. Quando entramos em contato com sua existência de luz, adquirimos forças para sermos também bons como eles, trilhando suas pegadas. Um dos grandes exemplos a serem imitados pela nossa geração é São João Bosco, que soube como poucos equilibrar a seriedade de ministro de Deus com a alegria do pastor. Neste fatinho, veremos a prudência de Dom Bosco em evangelizar os mais novos.
O desafio do saltimbanco
Passeando pelas ruas da Itália numa tarde quente de verão, Dom Bosco e os pequeninos que o cercavam, sempre pedindo-lhe histórias e catecismo, encontram, ao longe, em uma pequena praça, um saltimbanco que divertia uma grande turma de garotos. Porém, completamente alheio a religião, o homem soltava constantemente palavrões e xingamentos, que valiam grandes e pesadas gargalhadas do público que o assistia. Determinado a encaminhar uma boa parte daqueles para o seu oratório, São João Bosco intervém nos malabarismos do saltimbanco.
Este, insultado com a admoestação de Dom Bosco, que avisara que a alegria andava sempre de mãos dadas com a virtude, resolve intimar Dom Bosco para um desafio de arte. Achando que o homem vestido da religiosa batina não soubesse fazer nada além de pregar, tinha como propósito tirar sarro de São João Bosco. Mas o saltimbanco não sabia que Dom Bosco era prudente, ou seja, que o santo homem de Deus tomava o melhor caminho para se chegar ao fim. Vendo que a turma toda que lhes assistia prendia a respiração para ver se o padre aceitaria o desafio, concordou com um grande sorriso. A Virgem, sua grande aliada, lhe protegeria, ele confidenciou aos seus.
A surpresa dos presentes
A primeira prova consistia em subir primeiro a uma enorme árvore. Pensando estar invicto nessa, devido ao sacerdote estar de batina, o que não lhe ajudava a subir em árvores, o saltimbanco achou que seria uma vitória tranquila. E qual não foi sua surpresa ao ser dada a largada! São João Bosco, com maestria, levantou a sua batina até as canelas e se pôs a correr com velocidade. Chegando na árvore, se pendurou com uma maestria de profissional e com a vivacidade de um menino. E o saltimbanco, vendo Dom Bosco no alto da árvore, não conteve as lágrimas. Fora superado, e muito!
A segunda prova consistia em dar um salto sobre um grande banco de madeira. Essa seria fácil, pensou o saltimbanco, já que a batina impediria o salto do padre. Mal acabara de pensar isso e mais uma vez contemplava Dom Bosco no alto do banco, tendo pulado como um gato! Decidido a acabar com o sacerdote, o saltimbanco faz uma última proposta: aquele que virasse uma cambalhota no ar, para trás, ganharia! O próprio saltimbanco não conseguiu. No final, ao procurar se arrumar, não completou o salto e caiu de joelhos. Mas isso não era problema, pois o padre sequer se atreveria a tentar. E mais uma vez se surpreender quando Dom Bosco, com uma maestria sobrenatural, virou a cambalhota no ar e caiu de pé, com a batina arrumada!
A prudência de Dom Bosco
Enquanto todos aplaudiam o padre, o saltimbanco foi lhe perguntar de onde tirava tanta energia. São João Bosco foi enfático, dizendo que a verdadeira alegria andava de mãos dadas com a virtude. Quando preservamos nossa boca e nosso coração de impurezas, inclusive nossa disposição física melhora. E para terminar, ainda convidou todos que ali estavam, inclusive o saltimbanco, para um refresco no oratório!
Sabendo que os rapazes não iriam com uma pregação, Dom Bosco usou da prudência: soube aproveitar que estavam animados com a performance do saltimbanco e os puxou para a religião através disso. Se tivesse parado e alardeado sobre os perigos dos xingamentos, provavelmente os jovens não fariam caso dele. Assim, a prudência de Dom Bosco o levou a um caminho alternativo, a fim de que chegasse ao fim proposto: a salvação das almas e a aperfeiçoamento cristão.
