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Santo do Dia


Santo do Dia


Beato Pedro de Palermo - Data: 03 de Março 2020
 
 
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Foi na cidade de Palermo, na Sicília, que nasceu, no ano 1381, o bem-aventurado Pedro, da nobre família dos Jeremi. Começou os estudos naquela cidade e foi acabá-los em Bolonha, cuja universidade, então na maior celebridade, contava grande número de distintos professores e atraía jovens das regiões longínquas.

Pedro fez rápidos progressos na ciência do direito, que era a de seu pai; quando o professor ficava impedido de dar aula, ele o substituía, com os aplausos dos condiscípulos.

Uma noite em que estudava a fim de se preparar para o doutorado, bateram-lhe violentamente à janela. Assustado, a princípio, acabou por perguntar quem era que se permitia perturbá-lo daquela maneira. Uma voz respondeu:

- "Sou um de vossos parentes, não mediocremente versado em um ou outro direito. Advogado, eu dava conselhos aos outros a evitar as peças dos adversários e não quis evitar as peças do inimigo comum do gênero humano; saí deste mundo, não como defensor, mas como culpado e para sofrer penas eternas. Escutai-me, ou antes, escutai a Deus, que me envia para vos advertir: Fugi a essa gloríola que passa, assim como às insígnias do doutorado."

Dito isso, a visão desapareceu. A estranha advertência, Pedro a aproveitou. Resolveu entrar numa ordem religiosa. Para experimentar primeiro a si mesmo, cingiu o corpo com uma corrente de ferro de dezoito libras. Depois do que, apresentou-se ao convento dos dominicanos, e ali pediu e recebeu o hábito.

Seu pai, que era controlador geral das finanças na Sicília, ao saber do passo dado pelo filho, foi enfurecido a Bolonha, para arrancá-lo do mosteiro. Mas aconteceu coisa adversa do que pensava. Quando o filho o soube à porta do convento, pediu ao superior que ele próprio fosse apaziguá-lo e consolá-lo. O pai ficou muito zangado por não terem sequer permitido ver o filho. Voltou quinze dias depois, e obteve com grande dificuldade que o veria de longe, mas sem lhe falar.

Quando o percebeu num canto do mosteiro, vendo-lhe a modéstia e a piedade, a cólera se lhe fundiu em lágrimas, levantou as mãos para o céu, deu graças a Deus e desejou ao filho toda sorte de bênçãos. Tendo afinal obtido permissão para conversar com ele antes de partir de novo para a Sicília, não só o desviou de sua vocação,mas o exortou longamente à piedade e à virtude.

Logo que Pedro de Palermo foi ordenado sacerdote começou a desempenhar, com zelo, as funções do ministério evangélico. São Vicente Ferrer que foi à Bolonha em 1416, visitar o corpo de São Domingos, exortou-o vivamente a continuar, assegurando-lhe que seus trabalhos eram agradáveis a Deus. Com efeito, o santo religioso não omitia nada do que pudesse atrair a benção do céu sobre suas pregações. Preces fervorosas, mortificações assíduas, humildade profunda, tais são os meios pelos quais procurava sobretudo converter os pecadores.

Recorreu mesmo a um gênero de penitência extraordinária que o espírito de Deus sem dúvida lhe inspirara: encerrou o corpo em cinco círculos de ferro e os apertou com tanta força que, mesmo depois de morto, não puderam retirá-los, porque lhe tinham penetrado as carnes. Foi preciso esperar, para tirá-los, que o corpo estivesse inteiramente dessecado. Exemplos tão impressionantes deviam produzir frutos. Foi assim que se viram vários jovens senhores de família nobres, tocados por aquele desprendimento e por aquela vida austera, renunciar às vaidade do século para seguir Jesus Cristo, entre outros o bem-aventurado Licci, que lhe deveu sua entrada na ordem dos dominicanos.

Mais tarde, teve ocasião de desenvolver zelo e prudência de maneira toda particular na direção que lhe foi confiada de várias casas da ordem. Sobretudo, esforçou-se em restabelecer ali a disciplina com todo o vigor e, acabando o exemplo o que as pregações haviam começado, teve a consolação de conseguí-lo quase geralmente.

Eugênio IV mandou chamá-lo ao concílio de Florença, onde ele se distinguiu pela santidade e a doutrina. Não tendo o Papa podido fazê-lo aceitar as dignidades da Igreja, enviou-o como visitador da ordem e missionário apostólico à Sicília. Pedro produziu grandes frutos de salvação com suas prédicas, exemplos e milagres.

O povo acorria em tão grande número para ouvi-lo que ele era obrigado a pregar nas praças públicas. Em 1444, quando estava em missão em Catânia, o monte Etna apareceu em fogo; uma torrente de lava candente avançava para a cidade, ameaçando-a de completa destruição.

O clero e o povo de Catânia, suplicam ao bem-aventurado que leve o véu de Santa Á gata, virgem e mártir, à frente de uma procissão. Ao aproximar-se o véu da santa levado por um santo, o incêndio toma outro curso, e extingue-se vinte dias depois.

De regresso a Palermo, o bem-aventurado Pedro ressuscitou uma jovem morta e, com suas preces, proporcionou víveres aos habitantes em fome. Teve, a vida toda, de sofrer particularmente nas pernas. Suportava, as dores com paciência tão maravilhosa que, quando diminuíam, afligia-se como se Deus o abandonasse.

Morreu nessas disposições heróicas, em 3 de Março de 1452, aos setenta e um anos de idade. Seu culto foi aprovado pelo Papa Pio VII.  (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IV, p. 164 à 167)

 
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