Aos 22 de Junho de 1794, catorze dias depois da Convenção reconhecer a existência de um Ente Supremo, levada por Robespierre, desprezando leis, a tramar, assim o queriam os revolucionários, "pour Le rétablissement de La royauté et l'anéantissement de La Republique", várias religiosas, que viviam em comunidade, foram presas e encerradas no mosteiro da Visitação, o qual fora transformado em prisão.
Levadas a prestar o juramento de Liberté-Egalité, preferiram mil vezes morrer do que "rester coupables d'um serment".
A recusa significava a guilhotina e, assim, dezesseis carmelitas receberam a palma do martírio, na triste tarde do dia 17 de Julho daquele mesmo ano de 1794.
Eram elas:
- Reverenda Madre Teresa de Santo Agostinho (Maria Madalena Claudina Lidoire, priora, nascida em Paris no dia 22 de setembro de 1752.
- Irmã São Luís (Maria Ana Francisca Brideau) sub-priora, nascida em Belford aos 7 de Dezembro de 1752.
- Irmã de Jesus Crucificado (Maria Ana Piedcourt), de Paris, onde veio ao mundo aos 9 de Dezembro de 1715.
- Irmã Carlota da Ressurreição (Ana Maria Madalena Thouret), nascida em Mouy-Oise - a 16 de Setembro de 1715.
- Irmã Eufrásia da Imaculada Conceição (Maria Cláudia Cipriana Brard), de Bourth, onde nasceu aos 12 de Maio de 1736.
- Madre Henriqueta de Jesus (Maria Gabriela de Croissy), nascida em Paris no dia 18 de Junho de 1745.
- Irmã Teresa do Coração de Maria (Maria Ana Hanisset), de Reims, de 18 de Janeiro de 1742.
- Irmã Teresa de Santo Inácio (Maria Gabriela Trézelle), nascida em Compiégne aos 4 de Abril de 1743.
- Irmã Júlia Luísa de Jesus (Rosa Cristão de Neufville), nascida em Evreux aos 30 de Dezembro de 1741)
- Irmã Maria Henriqueta da Providência (Annette Pelras), nascida aos 16 de Junho de 1760 em Cajard.
- Irmã Constância (Maria Genoveva Meunier), de São Dionísio, onde nasceu aos 28 de Maio de 1765.
- Irmã Maria do Santo Espírito (Angélica Roussel), nascida em Fresnes no dia 3 de Agosto de 1742.
- Irmã Santa Marta (Maria Dufour), nascida em Bannes, Sarthe, aos 2 de Outubro de 1741.
- Irmã São Francisco (Isabel Júlia Vérolot), de Ligniéres, Aube, nascida aos 13 de Janeiro de 1764.
- Catarina Soiron, irmã rodeira, nascida em Compiégne aos 2 de Fevereiro de 1742.
- Teresa Soiron, irmã rodeira, nascida em Compiégne aos 23 de Janeiro de 1748.
Antes de morrer, serenes, indiferentes, cantavam o Miserere, o Salve Regina. Aos pés do cadafalso, entoaram o Te Deum, depois o Veni Creator.
Mortas, tiveram os restos mutilados transportados para o cemitério de Picpus. E, como homenagem, no muro que rodeia a tuba comum, onde foram depositadas, lê-se, numa placa de mármore:
Beati qui in Domino moriuntur
Somente uma carmelita escapou do massacre: Francisca Genoveva Filipe, no século - Irmã Josefina Maria da Encarnação, na vida religiosa.
O processo de beatificação, aberto por iniciativa do cardeal Ricardo, arcebispo de Paris, a 23 de Fevereiro de 1896, teve tramitação rápida. No dia 6 de Dezembro de 1902, o Papa Leão XIII, declarava as carmelitas veneráveis, e, a 10 de Dezembro de 1905, Pio X, beatificava-as. (Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XIII, p. 118 à 120)