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Santo do Dia


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Lídia, comerciante de púrpura - Data: 24 de Abril 2020
 
 
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A santidade consiste em dispor de si para glória de Deus

Santa Lídia foi a primeira conquista do Cristianismo no solo europeu. Sua casa, foi “transformada em igreja, tornou-se o centro de uma cristandade numerosa e florescente”.

Após o Concílio de Jerusalém, São Paulo e São Barnabé regressaram à Antioquia, onde continuaram sua ação apostólica.

São Paulo vai à Europa

Certo dia, São Paulo disse a São Barnabé que iria visitar as cidades nas quais estivera anteriormente, para fortalecer os cristãos lá residentes. São Barnabé quis levar São Marcos, que era seu primo (cf. Cl 4, 10).

Mas São Paulo não concordou porque São Marcos já o havia abandonado no momento em que iam fazer a perigosa travessia das montanhas da Ásia Menor, e voltou para Jerusalém (cf. At 13, 13). Assim, o Apóstolo dos gentios e Silas foram para a Síria e Cilícia (Sul da atual Turquia), enquanto que os dois primos se dirigiram à Ilha de Chipre.

Entretanto, São Paulo não guardou nenhum ressentimento contra São Marcos. Numa de suas epístolas, escritas posteriormente, ele pede que tragam de volta Marcos, “porque é prestativo para ajudar-me” (II Tm 4, 11).

Chegaram a Listra – Sul da atual Turquia –, onde, algum tempo antes, São Paulo curara um paralítico, causando grande impacto em todo o povo. Mas judeus vindos de outros lugares incitaram a multidão contra o Apóstolo, que o apedrejaram e o arrastaram para fora da cidade, julgando estar morto. Milagrosamente ele se levantou e partiu para outra localidade (cf. At 14, 8-20).

Ali São Paulo ficou conhecendo Timóteo, que recebera excelente formação cristã de sua mãe e de sua avó. Notando que ele era um varão fervoroso, o tomou como companheiro de suas viagens apostólicas.  

Em Trôade – importante porto do Mar Egeu, perto da antiga Troia –, São Paulo teve uma visão sobrenatural de um homem, que lhe suplicava que fosse para a Macedônia. Escreve o autor dos Atos dos Apóstolos: “Depois dessa visão, procuramos partir” (At 16, 10). A palavra “procuramos” mostra que São Lucas, a partir desse momento, foi companheiro de viagem de São Paulo.

A casa de Lídia se torna um templo cristão

O Apóstolo dos gentios, São Lucas e São Timóteo foram para Filipos, uma das principais cidades da Macedônia que possuía direitos de colônia romana (cf. At 16, 12). Encontravam-se, portanto, na Europa.

Certo dia, São Paulo e seus companheiros se dirigiram até às margens de um rio que passava junto à cidade, onde havia algumas mulheres judias em oração. Elas ali se reuniam aos sábados porque em Filipos os judeus eram pouco numerosos e não havia nenhuma sinagoga, nem mesmo oratório.  

São Paulo começou a pregar-lhes a Pessoa e a doutrina de Cristo, e uma delas, chamada Lídia, natural de Tiatira e comerciante de púrpura, logo depois foi batizada, com todos seus familiares e escravos; sendo abastada, ela ofereceu sua residência para hospedar o Apóstolo e seus companheiros.

“Nada de mais humilde que o primeiro auditório no qual o Evangelho foi anunciado na Europa. Era composto de algumas mulheres judias ou prosélitas, mas os missionários não as desprezaram". Lídia foi a primeira conquista do Cristianismo no solo europeu. Sua casa, “transformada em igreja, tornou-se o centro de uma cristandade numerosa e florescente”, à qual São Paulo dirigiu mais tarde a epístola aos filipenses.

Lídia cresceu tanto nas virtudes que atingiu a santidade. O Martirológio romano consigna: 03 de agosto – comemoração de Santa Lídia de Tiatira, vendedora de púrpura.

Conversão de um carcereiro com toda a sua família

Enquanto São Paulo com os seus caminhavam para rezar e certamente celebrar Missas na casa de Lídia, uma jovem escrava possessa do demônio, que pelos seus oráculos obtinha muito lucro para seus patrões, se aproximou deles e gritou: “Esses homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação” (At 16, 17). Fatos semelhantes haviam sucedido com Nosso Senhor.

Como isso se repetiu várias vezes, certo dia São Paulo, voltando-se para a possessa, disse: “Eu te ordeno, em nome de Jesus Cristo, sai desta moça! ” (At 16, 18). No mesmo instante o demônio saiu da jovem. Mas seus patrões, vendo perdida a esperança de seus lucros, agarraram São Paulo e Silas e os arrastaram até a praça principal da cidade.

Os dois magistrados que administravam Filipos mandaram que eles fossem açoitados com varas, e os lançaram na prisão.

À meia-noite, estando São Paulo e Silas rezando e cantando hinos a Deus, houve um violento terremoto fazendo com que todas as portas da cadeia se abrissem e as correntes dos encarcerados se soltassem. Apavorado, pensando que todos os presos tivessem fugido, o carcereiro puxou sua espada para se matar. Então, São Paulo com voz forte gritou a ele dizendo que não cometesse esse horror, pois todos ali se encontravam.

Tomando uma tocha, o carcereiro caminhou até o local onde estavam São Paulo e Silas, caiu a seus pés e perguntou-lhes o que deveria fazer para se salvar.

Então, anunciaram-lhe a palavra de Deus a ele e toda a sua família. Concluída a exposição, o carcereiro lavou as feridas dos missionários, causadas pelos açoites. Depois dessa bela ação, ele “foi batizado, junto com todos os seus familiares”, levou-os a sua residência, onde serviu-lhes um jantar, e “fizeram festa porque passaram a crer em Deus” (At 16, 33-34).

Santa Lídia, padroeira e advogada nossa

Ao sair da prisão, São Paulo e Silas se dirigiram à casa de Lídia, onde encontraram os cristãos e os encorajaram para a luta pela expansão da Igreja. Depois partiram para outras regiões (cf. At 16, 35-40). Que Santa Lídia nos obtenha a graça do total desapego dos bens deste mundo, utilizando-os para a glória de Deus, salvação e santificação das almas.

Por Paulo Francisco Marto

 
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