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Santo do Dia


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Padre Pio de Pietrelcina: santidade que transborda - Data: 22 de Setembro 2022
 
 
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Vida heroica atestada por todos que conviveram com ele

Para quem ingressa na vida religiosa, o noviciado representa a etapa básica para verificar se o candidato reúne as condições exigidas por aquela ordem ou congregação. À semelhança dos atletas esportivos, ali também aprende técnicas e exercícios espirituais para se tornar um "atleta de Deus" e poder levar uma vida ascética sadia. Assim, em 22 de janeiro de 1903, juntamente com doze confrades, o futuro Padre Pio recebe o hábito capuchinho, passando a chamar-se Frei Pio de Pietrelcina. Escolheu esse nome em honra de Pio V, o Santo Padroeiro da cidade.

Debilidade que o faz voltar à casa de seus pais

Mas eis que, a partir do final do noviciado, a saúde do jovem Frei Pio começa a emitir sinais de enfermidade. Consultam-se os melhores especialistas. Segundo alguns, está com tuberculose, e para evitar o perigo de contagiar os confrades, convém isolá-lo o mais possível. Segundo outros, porém, está apenas com bronquite. Por via das dúvidas, tanto os médicos como os superiores concordam em mandá-lo à Pietrelcina onde, aos cuidados da família e respirando ares mais puros, poderá se recuperar novamente a saúde necessária para continuar os estudos. Diante deste arranjo, Pietrelcina devia acolher o filho, quando doente e dar-lhe nova vida e os superiores, reconduzi-lo ao convento, logo que melhorasse.

Este processo de vai-e-vem acabou durando uns dez anos. Apesar das difíceis circunstâncias, o padre Pio não descurava seus estudos e obrigações religiosas. Fez os votos perpétuos junto com os demais do grupo, no dia 27 de janeiro de 1907.

Em 18 de julho de 1909, em Morcone, recebeu o diaconato. Um ano depois, indo com os colegas a Benevento, superou com facilidade os exames requeridos antes da ordenação sacerdotal. Por razões de saúde sua ordenação fora antecipada de seis meses, com o compromisso, porém, de continuar seus estudos. Então, aos 23 anos de idade, em 10 de agosto de 1910, foi ordenado sacerdote, na catedral de Benevento. Na tarde do mesmo dia, viajou à Pietrelcina, onde quatro dias depois celebrou sua primeira Missa solene, na presença de confrades, da mãe e muitos familiares. O pai se encontrava trabalhando na América.

Durante os cinco anos que se seguiram, ajudava o pároco Pannullo no que estava a seu alcance: fazia batizados, dava bênçãos, orientação espiritual aos poucos que o procuravam. Mas não podia confessar por causa da doença e por não ter concluído o curso regular de Teologia Moral.

Tempo de serviço militar

Outra experiência que o marcou profundamente ao final deste período foi a convocação ao serviço militar. Estava-se em plena primeira guerra mundial (1914-1918). Em novembro 1915, ele se apresentou em Benevento; com o número 2094/25 ficou incorporado na 10ª Companhia Sanitária e foi enviado como enfermeiro à Nápoles. Ali, diante da sua fragilidade e do seu pouco entusiasmo pela vida militar, o designaram para tarefas mais humildes, como sentinela, carregador e varredor. Não raro, ao fazer a faxina dos sanitários, sentia que estava sendo alvo de graçolas.

Viveu e viu, assim, um pouco das circunstâncias ingratas da guerra, mas, o mais duro, porém, era o fato de não poder celebrar Missa, por falta de capela no quartel. Apesar do mundo novo em que vivia, as estranhas doenças anteriores persistiam. Por isto, depois de muitos exames e vários tratamentos, em 10 de dezembro de 1915, recebeu dispensa por um ano. Temporariamente livre do serviço militar, retira-se a um convento em Foggia, a fim de continuar o tratamento de saúde. O lugar é baixo e de clima tórrido. Intolerável para alguém com tantos problemas pulmonares... ou bronquiais como ele.

Recebe os santos estigmas

Afortunadamente, aparece ali um colega de San Giovanni Rotondo - o padre Paulino de Casacalenda - e o convida a passar algumas semanas com ele. Trata-se de ir à uma vilazinha insignificante, porém de clima saudável - 600 metros acima do nível do mar. Padre Pio aceita. Chega a San Giovanni Rotondo em 28 de julho de 1916. Mas, ao invés de algumas semanas, acaba ficando por mais de 50 anos. Sua passagem por ali é tão marcante que, em poucos anos, a pequena vila, tão insignificante que nem constava nos mapas comuns da Itália, se tornará conhecida no mundo inteiro.

Foi ali que teve lugar o fato mais estrondoso da vida do Padre Pio. Na manhã de 20 de setembro de 1918, enquanto rezava diante de um crucifixo de madeira, no coro da igreja, viu explicitar-se o que lhe fora entremostrado oito anos antes, em Piana Romana, ao receber os estigmas invisíveis. O acontecido deixa-o em pânico. Um "misterioso personagem", com uma lança na mão, se aproximou e o golpeou no peito, nas mãos e nos pés. Cinco chagas enormes, que haveriam de verter sangue ininterruptamente, por cinquenta anos, indiferentes a todos os curativos, e sem nunca apresentar sinal de gangrena ou infecção.

Trata-se de um fenômeno raro na vida dos santos, e que no caso do Padre Pio "haveria de assombrar médicos crentes e ateus, desconcertar a ciência e atrair multidões de todos os quadrantes do universo, desejosas de conhecer o ‘crucificado do Gargano'. Curiosamente, como tudo na vida do Padre Pio, essas feridas, durante seus últimos dias de vida, foram desaparecendo; ao celebrar sua última Missa já eram imperceptíveis. Mas a série de maravilhas não termina aqui: a pele das áreas antes tomadas pelas feridas, agora se apresentava "lisa como a de um recém-nascido", conforme o testemunham algumas fotos batidas na ocasião.

Morte do Padre Pio de Pietrelcina

O Padre Pio morreu na madrugada de 23 de setembro de 1968, quando milhares de seus filhos espirituais se encontravam em San Giovanni Rotondo para celebrar o IV Congresso Internacional dos Grupos de Oração. Pouco antes de partir, tinha perguntado inocentemente ao superior da casa se o "autorizava a morrer". E justificava o pedido, dizendo que "do céu podia fazer ainda mais". "Ao chegar lá, - garantia -, prometo ficar parado na porta, e só entrar depois que todos os filhos aos quais prestei assistência na terra estiverem dentro".

Seu funeral, ocorrido quatro dias depois, contou com a presença de mais de 100.000 pessoas, dentre as quais uns 3.000 eram Padres. O cortejo transportando seu corpo percorreu as principais ruas da cidade, durante quase quatro horas. Depois da Missa fúnebre o corpo do Padre Pio foi transferido à cripta da nova igreja de Santa Maria das Graças. Desde aí, ele continua seu papel de intercessor diante de Deus, alcançando muitas graças e curas milagrosas para os peregrinos de todo mundo e de todas as classes sociais.

Os processos de beatificação e canonização foram "desencalhados" pelo papa João Paulo II que, como jovem sacerdote, tivera a graça de confessar-se com ele. O Padre Pio foi proclamado Beato em 2 de maio de 1999, e Santo, em 16 de junho de 2002. As cerimônias da canonização reuniram mais de trezentos mil devotos só em Roma. Um caso único na história da Igreja!

 
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