A fé viva e a profunda sabedoria de Santa Catarina de Sena, bem como seu modo caridoso e apostólico de se relacionar com o próximo, foram de incalculável valor para a defesa da Igreja na difícil conjuntura pela qual passava na época. Conservam-se 381 cartas escritas por ela, nas quais se percebe o quanto Deus a usava como instrumento para beneficiar as mais variadas pessoas com seus conselhos.
Neste artigo vamos acompanhar alguns dos prodígios que marcaram sua vida.
A santa realizou inúmeras obras de caridade. Prestou serviços em hospitais e, durante a peste de 1374, dedicou-se ao auxílio dos contaminados, operando inúmeras curas. Secundada pelo dom do milagre, favoreceu sobretudo os enfermos de alma, convertendo com inspiradas palavras a muitos pecadores.
A força da personalidade de Catarina, sublimada pela ação da graça, tornava-a cada vez mais cheia de zelo pelas coisas do Alto, sendo extraordinários os efeitos que o Divino Amor produzia nela. Por exemplo, foi também exorcista: com apenas um sinal da Cruz chegou a libertar uma alma vexada por ataques diabólicos. Seus santos gestos apavoravam os infernos e contribuíam para a salvação dos fiéis
Desejando servir radicalmente a Deus no seu novo modo de vida, propôs para si um regime de completo silêncio. Por três anos o manteve ininterruptamente, não falando nada mais do que seus pecados ao confessor. Durante esse tempo, sua alma permanecia absorta no convívio celestial, dialogando com a Trindade Santíssima e entrevendo misticamente os mistérios divinos.
De início, foi após uma visão em que São Domingos de Gusmão lhe prometia o hábito de sua obra que se fez dominicana. Ao mesmo tempo, Cristo Jesus se apresentava para ter com ela longos convívios, aprendendo a santa com Ele a ler e a escrever. Essa visitas consumaram a Catarina uma nova realidade: de um lado, Nosso Senhor a tornava confidente de sua sabedoria e amor; por outro, pedia-lhe participar nos sofrimentos de sua Paixão. Assim, inspirada por Ele, impôs-se inúmeras penitências: flagelava-se, utilizava o cilício e, a certa altura da vida, chegou a se alimentar somente da Eucaristia, à qual tinha grande devoção.
Sofreu também com inúmeras doenças. Mas, por um verdadeiro milagre, ainda que seu corpo estivesse extremamente enfermo e debilitado, nunca chegou a perder a vitalidade necessária para enfrentar com alegria qualquer dificuldade enviada pela Providência.
A vida de Catarina transcorria, assim, envolta em constantes fenômenos místicos, acompanhados de intensos sofrimentos. Sabe-se, por exemplo, que foi favorecida com os estigmas e que trocou sua vontade com a de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta insigne graça, aliás, deixou-lhe marcas físicas: depois que o Redentor lhe retirou o coração para colocar o d’Ele no lugar, ficou-lhe uma cicatriz gravada no peito.
Toda essa ação direta de Deus sobre a piedosa Catarina a aperfeiçoava e elevava-lhe o espírito. Sempre receptiva às luzes sobrenaturais com que Ele a beneficiava, instaurou-se nela, já nesta terra, um convívio com o sobrenatural penetrado de intimidade celeste.