Bárbara, jovem belíssima, era filha dum rico pagão chamado Dióscoro, Pedida muitas vezes em casamento, recusara todos os pretendentes. O pai, para afastá-la dos olhos do mundo, ciumento, transferiu-a para uma torre. A torre tinha duas janelas, e Bárbara, que era cristã de coração, exigiu de Dióscoro a abertura duma terceira, porque queria honrar a Santíssima Trindade.
Um dia, o rico pagão viajou, e a filha, aproveitando-se daquela ausência, procurou o batismo. De volta, sabedor de que a jovem se fizera cristã, enfureceu-se, e correu à torre para matá-la. Bárbara fugiu. E os rochedos, conta-se, abriam-se para deixá-la passar.
Escondida, foi denunciada por um pastor. Deus, para castigá-lo, transformou-lhe todas as ovelhas em escaravelhos, enquanto Dióscoro levava Bárbara ao juiz.
Condenada a ser exibida nua por todo o país, Santa Bárbara implorou a Deus o socorro que só o céu poderia prestar-lhe: revestida miraculosamente com um espesso manto, escapou do ultraje.
Tendo sofrido todos os rigores do encarceramento, foi queimada com grandes tochas e teve os seios cortados. Decapitada pelo pai, gloriosamente consumiu o martírio.
Dióscoro, logo após a morte de Bárbara, foi abatido, pulverizado pelo fogo do céu. Eis porque a santa virgem e mártir é invocada, nas tempestades, contra o raio.
Da Nicomédia, onde nasceu e viveu, a santa teve o corpo transferido para Veneza, mais precisamente para as monjas de Torcello, depois para os jesuítas . Alguns textos dizem que as relíquias foram trasladadas para Roma e dali para Plaisance, onde uma irmã do imperador Carlos Magno havia fundado um mosteiro.
Santa Bárbara é honrada e invocada no mundo inteiro, especialmente na Finlândia, Bélgica, Espanha, Portugal, Brasil, França, Países-Baixos, Alemanha e Suiça. (Vida de Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, p. 20 à 22)