Santa Julita e seu filho, Ciro, viveram nos tempos de Diocleciano, falecendo em Cesareia da Capadócia no ano de 303. Conhecemos o martírio de Santa Julita graças a São Basílio, bispo de Cesareia. A crueldade do servidor do imperador, ao perseguir mãe e filho, passam para a História mostrando a verdadeira face do paganismo.
Julita era uma rica viúva, que viu seu marido falecer logo que teve seu filho, Ciro. Um considerável homem da cidade, inescrupuloso, aos poucos foi a empobrecendo, lesando-a fraudulentamente. Levado ao tribunal, o usurpador, caviloso, depois que a santa viúva expôs os fatos, provando a veracidade do que revelara, disse:
- A parte contrária não está apta a sustentar ação de juízo. É incapaz, juridicamente, uma vez que está fora do direito comum, porque se recusa adorar os deuses dos imperadores e renegar a crença de Jesus Cristo.
Um edito recente, de 303 mesmo, excluía-a da comunidade, não podendo, pois, ter vida ativa dentro daquela comunidade, aqueles que não adorasse deuses pagãos.
O presidente do tribunal, imediatamente, mandou que trouxessem incenso e um altar portátil e, dirigindo-se à queixosa, convidou-a a agir de modo que pudesse intentar a ação. Bastaria um único grãozinho de incenso e recuperaria todo o patrimônio. Tudo dependia de um simples grão de incenso, da fumaça que dirigisse aos ídolos.
Julita recusou-se por amor a Jesus. E, como não quisera queimar um só grãozinho, foi atacada pelos soldados, que tomaram seu filho de apenas três anos de seus braços. A pequena criança, porém, se debatia, dizendo, a exemplo de sua mãe, que amava a Cristo. Enfurecido pela tenacidade do infante, o soldado, por ordem do governador Alexandre, que a julgava, apanhou a criança por um pé e atirou-a violentamente contra os degraus do tribunal, resultando numa fratura no crânio.
A Santa, mesmo entristecida com a cruel cena, consolou-se sabendo que, naquele momento, seu filho Ciro já estava na glória dos Céus, como um campeão da fé. Animada pelo mesmo espírito, e com grande coragem, a santa viúva enfrentou o martírio, a exortar, com voz pausada e firme, os amigos sinceros que assistiam à demanda, no tribunal:
- Nós fomos, disse ela, criados da mesma matéria que o homem, à imagem de Deus, como ele. A virtude é acessível tanto às mulheres como aos homens, Carne da carne de Adão, ossos dos seus ossos, é necessário que ofereçamos ao Senhor constância, coragem e paciência.
Ditas estas palavras, dirigiu-se para o carrasco, que a degolou. Mãe e filho testemunharam que a fé em Jesus é maior que tudo. Permaneceram unidos em Cristo, não temendo à morte. São Ciro é um dos mártires mais jovens cristianismo, precedido apenas dos Santos Mártires Inocentes, exterminados pelo rei Herodes em Belém.
Cf. santo.cancaonova.com/santo/sao-ciro-e-santa-julita/