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Santo do Dia


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Santa Luzia - Data: 13 de Dezembro 2019
 
 
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Santa Luzia de Siracusa era de família nobre e rica. Siracusa foi, na antiguidade, a maior e, pois, a mais importante cidade da Sicília.

Quando o pai morreu, Luzia era menina. A mãe criou-a na piedade. Jovenzinha ainda, prometeu a Deus guardar perpétua virgindade, mas a mãe, que nada sabia do voto, propôs-se casá-la. Luzia, contudo, encontrou meios para impedir a execução daquele projeto, quando a boa mulher adoeceu e foi atacada dum fluxo de sangue que a fez sofrer por quatro anos.

Inutilmente, os médicos empregaram todos os recursos da arte para curá-la. A filha, extremamente aflita por vê-la em tão triste estado, persuadiu-a a ir a Catana e ali rogar ao Senhor, sobre a sepultura de Santa Ágata.

A mãe, afinal, resolveu empreender a viagem, e Luzia acompanhou-a.

Ao lado do túmulo da Santa, ambas suplicaram ao Senhor, ardentemente, e foram atendidas. Foi quando Luzia lhe revelou o voto que fizera, pedindo-lhe docemente que permitisse cumpri-lo, o que obteve.

Ora , o jovem pretendente à mão da Santa era idólatra. Quando soube que ela pretendia permanecer virgem por toda a vida, e que ia vender todos os bens para distribuir o que apurasse aos pobrezinhos, foi tomado de tremenda cólera, acusando-a de cristã ao governador Pascácio.

O juiz condenou-a a ser exposta num lugar de prostituição, mas o Senhor velou por ela: pessoa alguma ousou ofender-lhe o pudor.

A PAIXÃO

Pascásio mandou prendê-la e convidou-a a sacrificar aos demônios. Luzia respondeu-lhe:

- O sacrifício verdadeiro e puro, para Deus, é visitar as viúvas e órfãos, Não fiz outra coisa de tr6es anos a esta parte. Não santa luzia..jpgsacrificarei. Só sacrificarei ao Deus vivo. Agora que não tenho mais nada a sacrificar, ofereço-me a mim mesma como uma hóstia viva a deus soberano: que Ele faça o que quiser de sua hóstia.

Pascásio:

- Tu podes palrar assim a um cristão semelhante a ti mesma, mas é em vão diante de mim, que sou a guarda das ordenações dos príncipes.

Luzia:

- Tu, tu guardas as vontades dos teus príncipes, e eu, eu observo, noite e dia, a lei de meu Deus. Tu não queres ofendê-los, eu não posso ofender meu Deus. Tu desejas ser-lhes agradável e eu não tenho outra ambição senão a de agradar a Cristo somente. Faze, pois o que te parece certo e eu farei o que a mim me será útil para a salvação de minha alma.

Pascásio:

- Tu gastas o teu patrimônio com corruptores. Eis por que falas com uma corteza.

Luzia:

- Tenho o meu patrimônio em lugar seguro. Jamais privei com corruptores, nem de alma, nem de corpo.

Pascásio:

- E quais são os corruptores de alma e de corpo?

Luzia:

- Tu és um corruptor de alma, tu, de quem o apóstolo diz: As más conversações corrompem os bons costumes. Tu persuades os homens a prostituir as almas, de se afastar do Criador e de seguir demônios surdos e cegos, adorando pedras inúteis. Os corruptores do corpo são os que preferem um prazer passageiro aos festins eternos, os que preferem a alegria que passa às alegrias eternas.

Pascásio:

- Tuas palavras cessarão quando fordes fustigada.

Luzia:

- As palavras de Deus não podem cessar.

Pascásio:

- Então tu és Deus?

Luzia:

- Não, sou serva de Deus altíssimo, que diz: Quando estiveres diante de reis e de juízes por causa de meu nome, não penses no que terás de dizer. Tu dirás aquilo que te será dado a dizer na hora. Não és tu que irás falar, mas o Espírito de teu Pai que falará por ti.

Pascásio:

- Então o Espírito Santo está em ti?

Luzia:

- O apóstolo de Deus, Paulo, disse: Os que vivem casta e piedosamente neste século são templo de Deus e o Santo Espírito habita neles.

Pascásio:

- Farei com que te enviem ao lupanar, e quando lá estiveres e te manchares o Santo Espírito fugirá de ti.

Luzia:

- O corpo não se mancha se a alma não consentir. Se tu fizeres com que me violem contra a vontade, minha castidade me proporcionará dupla coroa.

Pascásio:

- Far-te-ei morrer sob o excesso de luxúria, se não consentires com as cerimônias dos Augustos.

Luzia:

- Tu jamais poderás controlar a minha vontade, fazer com que consinta em pecar. Mas, meu corpo está pronto para todos os suplícios. Por que espera? Filho do diabo, começa a realizar teus desejos de me fazer passar por tormentos!
Então Pascásio ordenou que enviassem a virgem de Deus aos debochados, dizendo-lhe:

- Entrega tua castidade a todos e goza dela até que me anuncies que ela morreu.

Mas quando quiseram levá-la ao lupanar, o Santo Espírito fixou-a no lugar, em que estivera até ali, com tal peso, que não puderam arredá-la. Aproximaram-se outros em grande número para arrancá-la à força, mas não o conseguiram. E a virgem do Cristo permaneceu imóvel. Então amarraram-lhe cordas pelos pés e pelas mãos e a puxaram, mas a jovem continuava fixa e imóvel. Pascásio, incomodado e consternado, chamou os magos, os encantadores, os sacerdotes de tosos os templos e todos os que praticavam as suas superstições para que a tirassem dali, mas não o conseguiram. Então Pascásio, crendo todos que ali jazia imóvel por causa de malefícios, ordenou que lhe atirassem água. Ordenou também que numerosas juntas de boi viessem puxá-la: nada podia mover a virdem do Cristo. Aquela que o Santo Espírito fixara, como poderia ser removida, por mãos de pecadores? Pascásio disse:

- Quais são teus malefícios?

Santa Luzia.JPGLuzia respondeu-lhe:

- Não são malefícios, mas uma graça de Deus.

Pascásio:

- Qual a razão pela qual uma frágil jovem não pode ser removida do lugar se mil mãos de homens a puxam?

Luzia:

- E se tu me enviares dez mil outros, que ouçam por mim o que o Santo Espírito disse: Mil tombam à minha esquerda, dez mil à minha direita.

Tendo ouvido aquelas palavras, o juiz insensato mais desgostoso ficou, Procurava os tormentos que a pudessem perder. A santa virgem gritou-lhe:

- Infeliz Pascásio, por que torturas? Por que tremes? Por que te fadigas a procurar? Vamos!

Pascásio estava sem fôlego, e ordenou que ascendessem um grande fogo e derramassem sobre ela pez, resina e óleo, para que ela fosse consumida mais rapidamente, porque ria dele publicamente. E ela, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, imóvel, disse:

- Eu suplico ao meu Senhor Jesus Cristo que este fogo não me domine, para roubar dos que crêem no Senhor o temor do sofrimento, e dos que não crêem um pretexto para os insultos.

Então os amigos de Pascásio, vendo-lhe a ansiedade, ordenaram que lhe mergulhassem uma espada na garganta. Golpeada mesmo, ela orou longamente, tanto quanto quis, e falou à multidão, demoradamente, tanto quanto quis.

- Eu vos anuncio que a paz foi dada à Igreja de Deus: hoje Diocleciano foi expulso de seu reino e Maximiano está morto. E como a cidade de Catana goza de proteção de minha irmã Ágata, sabei que esta cidade de Siracusa me será dada pelo Senhor, se fizerdes a vontade do Senhor de todo o vosso coração.

Enquanto Santa Luzia falava, tinha as entranhas trespassadas por espadas. De repente, Pascásio foi agarrado e preso: os sicilianos haviam levado ao conhecimento de César de que havia pilhado toda a província, e a ordem foi imediatamente enviada para que o levassem preso para a corte imperial. Pascásio, conduzido a Roma, foi ouvido pelo senado, censurado e condenado à pena capital. Luzia, virgem sagrada de Deus, não pôde ser retirada do lugar onde a haviam torturado, mas não morrera antes que os padres viessem trazer-lhe a Eucaristia. E enquanto todo o povo dizia Amém, rendeu a alma.

No mesmo lugar foi edificada uma basílica, onde suas orações florescem e graças se espalham sobre todos aqueles que lhe tocam o sepulcro.  (Livro: Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, Pgs. 252 a 259)

 
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