O martirológio romano apresenta-nos quatro santas com este nome de Pelágia.
Esta, de hoje, era uma jovem de quinze anos, que, no princípio da perseguição do imperador Diocleciano, em 302, acusada de cristã, viu, um dia, os soldados do perseguidor varejarem-lhe a casa, dando-lhe voz de prisão.
Pelágia recebeu-os bem e, quando se propuseram levá-la, pediu-lhes permissão para que fosse trocar de roupa, Dado o consentimento, pelo chefe da escolta, Pelágia dirigiu-se ao quarto: desejosa de escapar dos ultrajes que a esperavam, infalíveis, e a temer pela virgindade, que votara a Deus, não titubeou - ganhou o mais alto da casa em que vivia, em Antioquia e de lá se atirou ao chão, falecendo quase que instantaneamente.
Santo Ambrósio de Milão, no seu tratado Das virgens, apresenta-nos esta Santa Pelágia como irmã dos mártires Bernicéia e Prosdocéia. Santa Pelágia se ligou àquelas santas porque Bernicéia e Prosdocéia também se tiraram a vida para escapar do horror, Presas, iam sendo levadas ao cárcere. Em dado momento, a meio caminho, quando chegaram perto dum rio, solicitaram licença aos soldados para afastar-se um pouco, o que lhes foi concedido. Destarte, sem que pudesse ser impedidas, atiraram-se, de comum acordo, à correnteza.
Pergunta-se: cometeram o suicídio? Sem sombra de dúvida. Todavia, foram honradas com um culto público, porque aquele tirar-se a vida foi considerado como um ato de obediência a Deus. Muitas santas virgens assim agiram, como vimos e veremos no transcorrer dos dias e dos meses.
Digna de Aquiléia, depois de Átila sujeitara a cidade, coubera a um capitão, como despojo, e ficaram alojados numa torre, altíssima torre, que se erguia à beira do rio Batizon. Disse a jovem ao capitão:
- Se me queres lograr, segue-me.
E, assim dizendo, do mais alto da torre, atirou-se ao rio, onde se afogou. "Salvou com a morte a sua castidade".
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVII, p. 421 à 423