A vida de Santa Valburga vem sendo contada por gerações aos menores na fé que iniciam seus estudos pelas fronteiras da hagiografia. Sua excelente vida, porém, tem um esplendor que poucos fazem notar: o propósito da família. Vejamos um pouco este conceito enquanto comentamos as façanhas desta santa mulher.
Vida e entrada para o mosteiro
Santa Valburga nasceu em 710, de origem inglesa, e era filha de um rei saxão convertido: São Ricardo. Seus irmãos eram São Vilibaldo e Vunibaldo, que também faleceu em santidade. Sua mãe, Rainha Viana, também era extremamente piedosa, em conta de santa por seus súditos.
Visto que a mãe faleceu cedo, soldou-se em torno dos irmãos uma amizade enorme, pois se apoiavam constantemente. A tal ponto que Vilibaldo quis visitar a Terra Santa, mas não queria ir sozinho, queria a companhia dos seus. O rei Ricardo, mesmo doente, aceitou realizar a peregrinação.
Santa Valburga, porém, por conta dos perigos das estradas, já que tinha somente 11 anos, ficou sob os cuidados das monjas em Wimburn. Quando se despediu, não imaginou que fosse só os encontrar 26 anos depois.
Seu pai, porém, só o encontrou quando partiu desta vida. Ele morreu na Itália, na volta, e seus irmãos decidiram ficar logo em Roma e assumir a vida religiosa. Assim, os três filhos de Ricardo, rei saxão, se fizeram monges na solidão e na penumbra. Sua história ficaria escondida dos homens se não fosse um outro santo: seu tio.
Santa Valburga parte em missão para terras germânicas
O grande São Bonifácio, apóstolo dos germanos, segundo apóstolo da Europa, era tio de Santa Valburga. Ele chamou os seus sobrinhos para lhe ajudar na missão de evangelização, para que fundassem mosteiros e mostrassem à gente pagã a força da vida religiosa.
A moça Valburga, que contava 37 anos, atendeu ao chamado do seu tio e partiu com seus irmãos. O reencontro desta santa família ainda ilumina os corações ternos.
Seu irmão, Vilibaldo, durante seu tempo de evangelização, recebeu a sagração episcopal e passou a assumir os púlpitos na pregação. Santa Valburga e Vunibaldo continuaram a vida monástica, atraindo grande números de neocristãos.
Quando Vunibaldo faleceu, Santa Valburga assumiu a direção do mosteiro masculino. Era respeitada como uma mãe, e como tal tomava conta de seus súditos que sabia direcionar a Cristo.
É dessa época que se narram seus milagres. O mais impressionante deles, porém, foi somente após sua morte: as pedras de seu túmulo exalavam um odor perfumado, e um óleo fino escorria delas. Até hoje ainda se recolhe este óleo com uma concha de prata, chamado de óleo de Santa Valburga, e os fiéis o usam com devoção e fé, para cura e restabelecimento de saúde.
Santa Valburga faleceu em 25 de fevereiro de 775.
O propósito da família
A santidade de Santa Valburga é sim extraordinária por si só, mas toma muito mais relevo quando a encaixamos em sua família. Mesmo sendo da realeza, não se apegaram às suas riquezas ou posição, mas souberam dosar sua procura por amor a Cristo.
Este é o propósito quisto por Deus quando mandou homem e mulher construírem uma família: o amor e o bem dos esposos, a santidade e educação da prole. São Ricardo, a piedosa Viana, os santos Vilibaldo e Vunibaldo, o tio São Bonifácio: todos foram exemplos de uma família que atingiu os esplendores da santidade.
Santa Valburga, assim, é um adorno lindo e maravilhoso deste mosaico de santidade que foi sua casa. Eles souberam imitar a Sagrada Família em todos os seus membros.
Pensar em uma época assim conforta nossos corações. Peçamos a santa Valburga que abençoe nossas famílias, nossas vidas e relações, para que, um dia, possamos encontrá-la no Céu.
Cf. Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus: SANTA VALBURGA, Virgem e Abadessa beneditina. (santosebeatoscatolicos.com)
