Santo Anselmo, que foi bispo e confessor de Nosso Senhor Jesus Cristo, nasceu no princípio do século XI em Mântua, numa muito nobre família. Sobrinho de Badage, bispo de Luca, foi educado pelo tio, com ele fazendo os primeiros estudos.
Quando Badage, como Papa (Alexandre II), em 1001, sentou-se na Cátedra de São Pedro, cuidou para que Anselmo o sucedesse no bispado de Luca. Tal não aconteceu imediatamente, visto que, enviando o sobrinho à Alemanha para ali receber do imperador, então Henrique IV, a investidura, Anselmo tornou sem ela porque não quis aceitar as condições que lhe foram impostas.
O Santo foi sagrado por Gregório VII em 1073. E ouvindo os conselhos do novo Pontífice, voltou à Alemanha para a investidura. Pouco tempo depois, desejou ele, escrupuloso que era, renunciar o cargo, e dirigiu-se ao mosteiro de São Bento de Polizone, que era uma dependência de Cluny, perto de Mântua. A uma ordem do Papa, todavia, teve que se encarregar da diocese que lhe coubera.
Em 1079, porém, os cônegos se revoltaram e o expulsaram da Sé, sob o pretexto de que havia renunciado à investidura do imperador, resultando daí o aparecimento dum antipapa, imposto por Henrique IV, que se chamava Pedro e era o cabeça dos cônegos que se rebelaram e não se importaram com os esforços que Gregório VII fizera para o restabelecimento de Anselmo.
Em meio aos distúrbios causados na Igreja por Henrique, Anselmo manteve-se sempre fiel a Roma. O Papa Gregório VII estabelecera-o legado no província da Lombardia, onde muitos bispos viviam fiéis à sua causa. No período agitado em que viveu, Santo Anselmo de Mântua levou perenemente vida austera, sempre procurando qualquer pretexto para esconder as mortificações que fazia.
Morto em Mântua em 1086, desejou ser enterrado no capítulo do mosteiro de São Bento de Polizone, mas o bispo de Sutri, interveio, fazendo com que o depositassem na igreja catedral de Mântua. Inúmeros milagres ilustraram-lhe, então, a sepultura, sendo o santo escolhido para padroeiro da cidade.