Um dos primeiros e grandes espanhóis do período visigótico, Emiliano, que conhecemos através duma Vida escrita por São Braúlio, bispo de Saragoça, nasceu em 747, me Berceo, perto de Cogolla, na Rioja, Castela.
Pastor desde menino, vivendo solitário nas montanhas, ouvindo o assobio do vento e o balido das ovelhas, assim viveu até perto dos vinte anos, quando, então, ingressando nas escola dum ermitão, chamado Félix, principiou os estudos.
Era nas vizinhanças de Haro, Emiliano, aplicado, sempre atento, tornado a delícia do mestre, sequioso de adquirir conhecimentos, fez grandes progressos, e, uma vez formado, tornou para casa.
Pouco tempo permaneceu com os seus: todo pendor para a vida solitária, buscou as montanhas da infância e da adolescência. Alçando-se na perfeição, viveu, por quarenta anos, longe de tudo e de todos, a orar e a jejuar.
Dídimo, bispo de Tarazona, que lhe conhecia o mérito, fê-lo padre, e lhe confiou a paróquia de Berceo. Generoso para com os pobres, socorria-os eficazmente, mas um dia, clérigos mal informados, denunciaram-no ao bispo, tachando-o de delapidador da Igreja.
Emiliano, admirado, ferido, deixou a paróquia e subiu a montanha nas alturas até o fim da vida. Um padre, o padre Ascelo, juntou-se a ele, pouco depois que abandonou a paróquia de Berceo e lhe assistiu aos últimos momentos.
Santo Emiliano morreu centenário. Na montanha, pouco depois, surgiu um mosteiro, o ilustre San Millan de La Cogolla. Cogolla era pico que se elevava na cadeia montanhosa que sempre abrigara o santo monge. Com o tempo, sobre o ´tumulo de Santo Emiliano, ergueu-se uma igreja.
O resumo do martirológio diz:
Em Tarazona, na Espanha Taraconeza, o bem-aventurado Emiliano, padre, que brilhou por inúmeros milagres. São Bráulio, bispo de Saragoça, escreveu-lhe a vida admirável. Faleceu em 574 (?).
(Vida dos Santos, Padre Rohbacher, Volume XIX, p. 364-365)