Conhecemos Santo Eusício por São Gregório de Tours (In Gloria Confessorum).
A Santo Eusício, as mães levavam os filhos com dor de garganta. Como as crianças, geralmente, são gulosas, o santo monge, invariavelmente, acariciando os pequenos, dizia, sorrindo, saboreando o dito:
- É justo que essa garganta esteja assim tão inflamada e que não permita que se engulam coisas...
Então, sempre a sorrir, com um terno sinal da cruz em nome da Trindade, punha-as curadas.
Certa vez, Santo Eusício curou um febrento. Quando o homem ia de volta para casa, percebeu numa arvora, dias colméias que os clérigos do monge vinham cuidando: assentou, então, que viria buscá-las à noite, quando tudo estivesse sossegado.
Noite fechada, apareceu, trazendo um cúmplice, para mais rapidamente se apossar das colméias. Ágil, trepou árvore acima. Senão quando, o Santo apareceu, e o outro, que aguardava debaixo, fugiu, sem que o que trepara e lidava com as colméias dessa pela coisa.
Santo Eusício, bem humorado, postou-se no lugar do fujão. E recebeu a primeira colméia, depois a segunda.
Quando o ladrão desceu, ao invés de deparar com o ajudante que trouxera, viu-se frente a frente com o santo monge, que lhe sorria matreiramente e lhe dizia:
- Por que, meu filho, seguir o diabo? Não recebeste de mim, há pouco, a benção do Senhor?
Levou-o para a cela, falou-lhe:
- Se tu gostas de mel, por que não mo pediste? Eu to daria de muito boa vontade. Era só pedir, e te livrarias da condenação.
Tendo-lhe dado um favo, despediu-o, finalizando:
- Cuidado! Não faças mais o que fizeste, porque o roubo enriquece a Satanás.
Quando o rei Childeberto partiu para a campanha contra os visigodos na Espanha, visitou Eusício. Tomou da bolsa, colheu cinqüenta sous de ouro e os estendeu ao monge.
Por que? Perguntou o Santo ao rei. Dá-os aos teus homens, para que os distribuam aos pobres, porque isto é supérfluo. A mim me basta poder rogar a Deus por meus pecados. Depois acrescentou:
- Vai, que conseguirás a vitória, e o que resolveres se cumprirá.
Childeberto com as tropas, partiu. E, a caminho distribuindo o dinheiro aos pobres, prometeu que se Nosso Senhor lhe fosse favorável, haveria de alevantar uma basílica em sua honra, basílica em que o santo monge pudesse repousar, depois que deixasse esta terra. De regresso, cumpriu a promessa.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XX, p. 279 à 281)