Santo Isidoro era irmão de São Leandro, que o precedera como arcebispo de Sevilha; de São Fulgêncio, bispo de Astigila; de Santa Florentina, abadessa. Seu pai, chamado Severiano, era duque de Cartagena. Isidoro foi educado desde a infância por Leandro, o irmão mais velho. E ajudou-o muito na conversão dos visigodos da Espanha. Leandro morreu em 27 de Fevereiro de 596. Isidoro sucedeu-lhe na Sé de Sevilha, que ocupou perto de quarenta anos. Morreu em 636. Foi a alma de todos os concílios que se realizaram no seu tempo, na Espanha, e foi mesmo presidente de diversos deles.
Quando previu a proximidade da morte, redobrou as esmolas. E, de tal forma, que, durante seis meses, mais ou menos, se via uma multidão de pobres, desde a manhã até a noite. Sentindo que o mal progredia, mandou a chamar dois bispos, para receberem dele a penitência pública. Fez-se transportar da cela para a basílica do mártir São Vicente seguido de grande multidão de clérigos, religiosos e de povo, que lançavam gritos capazes de partir os corações.
Chegado à basílica e colocado no meio do coro, diante do altar, mandou que as mulheres se retirassem, a fim de que somente homens estivessem presentes, quando recebesse a penitência.
Então um dos bispos lhe colocou o cilício, outro a cinza. Depois, ele, erguendo as mãos para o céu, rezou em voz alta a oração pela qual pedia perdão pelos pecados. Após o que, recebeu da mão dos bispos o Corpo e o Sangue de Nossa Senhor. Recomendou-se às orações de todos os assistentes, pediu-lhes perdão da maneira mais humilde possível, perdoou as dívidas aos devedores, recomendou a todos a caridade recíproca e mandou que fosse distribuído aos pobres o que ainda lhes restava de dinheiro. Por fim, a seu pedido, todos os presentes lhe deram um beijo, como eterno testemunho do perdão que lhe concediam. Era sábado santo.
De volta para o quarto, lá morreu em paz, quatro dias depois, numa quinta-feira, 4 de Abril, dia em que a Igreja lhe celebra a memória. Foi Redempto, um de seus discípulos, que assim nos descreveu os últimos momentos do santo. (Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume VI, p. 75 à 76)