A santidade é um chamado universal. Portanto, sendo o universal a totalidade de todos, temos que ela se reveste de inúmeras formas e rostos, etnias e culturas. O santo de hoje, celebrado no dia 10 de julho, é um desses que representa a universalidade da santidade. Tendo nascido na Noruega, destinado ao trono, Santo Olavo buscou mais a Cristo que as glórias terrestres.
Santo Olavo foi o primeiro filho dos reis da Noruega, nascido em 995. Sob si tinha a égide do reinado, mas pressentia que muitos inimigos e usurpadores mal esperariam seu pai falecer para surpreendê-lo e destrona-lo. Assim, para fechar alianças inquebrantáveis e garantir seu reinado terreno, Olavo se pôs a viajar pela Europa a fim de ter apoio de outros governantes. Foi, porém, nessa caminhada terrena na busca pelo poder que Cristo o encontrou. Na Inglaterra, enquanto angariava votos para seu reinado, conviveu com cristãos e se sentiu profundamente inspirado pelo seu modo de vida.
E, em 1014, antes de voltar à corte da Noruega, Santo Olavo pede o batismo se converte à Igreja Católica. Tendo acalmado seu coração quando à busca pelo poder temporal, volta a sua terra natal, recebendo uma notícia triste logo na entrada do palácio: seu pai havia falecido.
Como não havia se enganado, as revoltas seguidas ao enterro de seu Rei e pai começaram a surgir. Santo Olavo, agora com a mentalidade no lugar, sabia que, por lei, o trono da Noruega era seu. E se nascera com essa missão, era sinal de que Deus queria dele algo ali, reinando. Para responder aos planos do Senhor e fazer valer a lei natural, Olavo luta. Mas o peso dos revoltosos é maior, a ponto de Santo Olavo ter que fugir da capital e se estabelecer nas bordas da Noruega, sempre lutando.
Neste exílio bélico, o rei procura fazer pelo povo o que está em seu alcance: Olavo II, como ficara conhecido, viajou pela Rússia e Suécia, lugares onde se encontrava levando consolo por meio de suas atitudes de governante, explicitamente inspirado pela palavra de Cristo. Seu amor a Deus e testemunho influenciaram nobres e camponeses a receberem a mensagem e a salvação de Jesus, tanto, que muitos pediram o santo Batismo.
Por onde passava, ele realizava gestos e ações evangelizadoras. Além de incansável missionário, as narrativas bibliográficas descrevem-no como sendo um homem sábio, honesto, nobre, virtuoso, gentil, de palavras doces e cativantes. Esses registros mostram ainda ações e gestos que revelam um rei justo, honrado, prudente e sábio, que reformulou as leis e regras de conduta em seu país com base nos princípios e valores da Palavra de Deus
Olavo ainda tentou reaver seu reinado por anos consecutivos, concretizando uma longa investida em 1028 que fez com seu meio-irmão. Infelizmente, não dando o resultado esperado, o santo norueguês se retira do campo de batalha indo se refugiar na corte do Rei Jaroslav, da Rússia, que era também cristão.
Os biógrafos não tem uma data precisa de seu falecimento. Alguns a colocam no ardor da batalha, sempre na luta pelo trono roubado, em 1030. Santo Olavo, então, sendo preparado para o funeral, tem seu corpo lavado dos ferimentos. Esta água misturada com seu sangue teria escorrido para fora do recinto de preparação, onde um cego da corte, de nascença, estando passando ali por engano, tropeçou e teve contato com a substância. Imediatamente, este recobrou a visão.
Este foi o primeiro milagre que Santo Olavo realizaria. Após isto, começaram a surgir muitos outros testemunhos de pessoas narrando curas e libertações de muitas outras coisas: um chefe irlandês que orou pedindo a intercessão de Olavo para proteger seu filho; uma mulher que pediu cura para pessoas enfermas; um garoto que teve a língua cortada, mas essa se regenerou; um padre que estava gravemente doente, mas teve a saúde restaurada por um milagre; um camponês que sofreu um grave acidente, mas não morreu, pois pediu ajuda de Olavo, entre outros milagres a ele atribuídos.
Seu nome e testemunho se espalharam pela Escandinávia, Inglaterra e outras terras em torno do Mar Báltico.