Depois do martírio, Santo Irineu apareceu a seu mestre São Policarpo, e lhe pediu que enviasse à Gália Andóquio, Benigno e Tirso.
Desembarcados em Marselha, em Lião encontraram-se com o Padre Zacarias, com o qual rumaram para Autun. Ali, foram recebidos por um nobre, Fausto, que se havia convertido, não fazia muito, com toda a família.
Um filho deste nobre, Sinforiano, então com três anos, foi batizado por Benigno, e Andóquio foi o padrinho.
De Autun, Andóquio buscou Langres, onde batizou os chamados Três Gêmeos, que eram filhos de Leonília, irmã de Fausto, mulher riquíssima. Aureliano, então em Sens, ordenou a perseguição aos cristãos.
Andóquio, que se juntara a Tirso, deixou Kangres e partiu para Saulieu, indo hospedar-se na casa dum mercador oriental, que se fizera cristão, denominando-se Félix.
Ora, Aureliano, deixando Sens, de viagem, fez uma parada em Saulieu, e aconteceu que um do seu séquito viu Andóquio e Tirso pregando o Evangelho. Imediatamente, correu levar a notícia ao imperador. Aureliano, então, ordenou que prendessem os dois cristãos e os trouxessem à sua presença.
Félix, ardentemente, rogou que o levassem também de modo que, logo, os três jaziam frente a frente com o imperador.
Andóquio, tomando a palavra, recusando-se a sacrificar aos deuses como lhe ordenaram, ameaçou Aureliano com o fogo do inferno: ia principiar o suplicio.
Suspensos pelos braços, do galho duma árvore, com brutas pedras pendendo dos pés, ali passaram assim os três a noite.
No dia seguinte, compareceram diante de Aureliano tão saudáveis como se houvessem dormido, em fofas camas, um sono imensamente reparador.
Furioso, o imperador deu ordem para que os atirassem ao fogo, com mãos e pés manietados, mas uma chuva violenta, pesada, nem bem foram jogados à fogueira, apagou o fogo. E os três indenes, de novo compareceram diante de Aureliano.
Aqui, o imperador, no auge da cólera, ordenou que lhes rompessem os pescoços com barras de ferro. Foi deste modo que Andóquio, Tirso e Félix conquistaram a coroa gloriosa do martírio, quando do imperador Aureliano em Saulieu, Autun.
Fausto, com o filho Sinforiano, então com cinco anos, à noite, acobertados pela escuridão, recolheram os preciosos restos, sepultando-os carinhosamente.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 420-421)