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Santo do Dia


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São Bernardino de Siena, Franciscano - Data: 20 de Maio 2019
 
 
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"Meu filho, vês-me pregado na Cruz; se me amas e queres imitar-me, prega-te também à tua cruz e segue-me"

São Bernardino nasceu em Massa, onde seu pai era governador. Pertencia à família dos Albizeschi, uma das mais ilustres da república de Siena. O dia de seu nascimento, 8 de Setembro de 1380, coincidiu com a Natividade da Santa Virgem. Pai e mãe obtiveram esse filho único pela intercessão da mãe de Deus, na qual os dois punham toda a esperança. Podia-se dizer de Bernardino o que se dizia de João Batista: "o que pensais sobre este menino? Porque a mão do Senhor com ele estava". Mas perdeu a mãe, com a idade de três anos, e o pai, antes de contemplar sete.

Perda funesta para muitos filhos! Pela Providência divina, uma tia materna, Diana, encarregou-se da educação de Bernardino, e inspirou-lhe uma terna piedade para com Deus, e uma devoção particular pela Santa Virgem. O pequeno infante, modesto, doce, humilde e piedoso, comprazia-se na oração e nas visitas às igrejas. A santa devoção o levava principalmente a servir à santa missa. Tinha memória maravilhosa, e repetia aos companheiros com fidelidade e graça, os sermões ouvidos.

Caridade à toda prova

Sua compaixão pelos pobres não era menos admirável do que a piedade. Um dia, a tia despediu um, sem nada lhe dar, por não haver sequer um pão em casa para o jantar de toda a família. Bernardino sentiu-se tão comovido que disse à tia: "Pelo amor de Deus, demos alguma coisa ao pobre homem; dai-lhe o que me daríeis para o jantar; de bom grado passo em jejum". A piedosa tia, admirada e jubilosa, com tais palavras, exortou o sobrinho à prática de todas as virtudes cristãs, observando com admiração os precoces sinais de uma santidade futura.

Frequentemente o via prostrado diante de uma imagem da Virgem, com os olhos inundados de lágrimas, dirigindo-lhes a saudação angélica com o fervor de um anjo. Porque, noite e dia, todos os votos, todas as orações de Bernardino se dirigiam para Maria, Mãe de Jesus. Desde os mais tenros anos, jejuava todos os sábados em sua honra, e guardou o piedoso costume durante o resto da vida.

Com a idade de onze anos, perdeu a virtuosa tia; mas Deus não o abandonou. Dois tios paternos, Cristóvão e Angelo, fizeram-no vir a Siena. Pia, a mulher de Cristóvão, não tendo filhos, tomou-lhe particular afeto, amando-o como a um filho. Não menos piedosa do que Diana, teve o mesmo cuidado de sua educação. Como se diz do menino Jesus, Bernardino crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e diante dos homens. Em casa, construía altares, e começava a recitar cada dia o ofício da santa Virgem.

Encantada com os seus progressos na virtude, Pia quis que fizesse semelhantes nas letras e ciências humanas. E lhe deu os melhores mestres. Estes não deixavam de admirar a agudeza de inteligência do discípulo e a beleza de seu espírito; muito mais ainda, lhe admiravam a docilidade e modéstia. Bernardino era de beleza notável; mas o amor pela pureza era ainda mais extraordinário. Conquanto fosse naturalmente cortês, complacente e respeitoso para com todos, não podia conter-se quando uma conversa obscena lhe feria os ouvidos.

São Bernardino parte para a vida religiosa

Havia, na casa dos frades menores de Siena, um homem venerável, de uma família distinta da cidade. Havia trabalhado trinta anos na Bósnia, contra os maniqueus que infestavam a província; alquebrado pela velhice, voltara à sua terra natal; seu nome era João Nestor; encontra-se no Martirológio dos franciscanos, no dia 15 de Fevereiro, com o título de bem-aventurado. É a esse santo e venerável ancião que Bernardino, com vinte e dois anos então, se dirigiu para pedir o humilde hábito de São Francisco. O ancião concedeu-lhe com alegria, no dia da Natividade da Santa Virgem, felicitando publicamente a ordem pela glória que lhe trazia o jovem noviço.

Colombiere era convento em completa solidão e algumas milhas de Siena. São Francisco e São Boaventura ali haviam permanecido mais de uma vez. Era costume que ali passassem algum tempo os jovens religiosos. Um ancião dos mais fervorosos desejava restabelecer a regularidade e austeridade primitivas. Necessitado de ajuda, pediu a Bernardino que fizesse seu noviciado em Colombiere, onde o jovem foi um modelo de doçura, de inocência, paciência, obediência e caridade. Passado um ano, fez sua profissão no dia da Natividade da santa Virgem; foi também nesse dia que, mais tarde, rezou a primeira missa e pregou o primeiro sermão. Era para satisfazer a terna devoção para com a Mãe de Deus.

Seu fervor aumentava sensivelmente cada dia. Acrescia de novas austeridades as que era prescritas pela ordem, a fim de crucificar mais perfeitamente o velho homem. Procurava sempre os serviços mais humilhantes e repulsivos. Seu prazer jamais atingia transportes tão inefáveis como quando, andando pelas ruas, os meninos lhe lançavam injúrias e pedras. Mostrou os mesmo sentimentos quando um dos parentes lhe fez amargas censuras, e chegou a ponto de lhe dizer que desonrava a família e amigos pelo gênero de vida abjeto e desprezível que havia abraçado.

Era na escola do Salvador que estudava dia e noite a humildade e as demais virtudes cristãs. Frequentemente ficava prostrado diante de um crucifixo. Um dia pareceu ouvir Jesus Cristo falar-lhe nestes termos: "Meu filho, vês-me pregado na Cruz; se me amas e queres imitar-me, prega-te também à tua cruz e segue-me"; assim, foi também aos pés de Jesus crucificado que adquiriu este zelo ardente pela salvação das almas. 

Tendo pregado a Cristo, recebeu seu prêmio merecido

Haviam-no eleito, em 1438, vigário-geral da ordem. Estabeleceu uma reforma rigorosa entre os franciscanos de estrita observância da Itália. Cinco anos após, pediu para ser dispensado do cargo.

Mas continuou a pregar em várias cidades e províncias. Afinal sucumbiu sob a violência do mal e foi obrigado a acamar-se, indo a Aquila, nos Abruzos. Recebeu os santos sacramentos da Igreja em 20 de Maio de 1444, véspera da Ascensão. Com a idade de sessenta e quatro anos, sentindo aproximar-se a morte, mandou o colocassem sobre a terra e, elevando os olhos ao céu, entregou a alma a Deus, ao mesmo tempo em que entoavam esta antífona das primeiras vésperas: "Pai, manifestei o vosso nome aos homens, e agora venho a Vós!"

Operaram-se ainda mais milagres após sua morte do que em vida. Sua canonização foi imediatamente empreendida por Eugênio IV, depois determinada por Nicolau V em 1450. Seu corpo, encerrado numa dupla caixa, das quais uma era de prata e outra de cristal, está guardado com os franciscanos de Aquila.

Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IV, p. 87 à 90 // 93 à 95 e 100 à 102.
 
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