SÃO BRUNO, Bispo e Confessor
Bruno era filho do duque de Caríntia, Conrado. Primo-irmão do imperador Conrado II, foi em 1027, chefe da suachancelaria italiana.
Quando Meinhard, Bispo de Wirceburgo, faleceu, em 1034, o imperador escolheu Bruno para preencher a vaga deixada. São Bruno reconstruiu a catedral e reorganizou a escola episcopal.
Dentre seus escritos, sobressai um comentário dos Salmos, para o qual utilizou os textos latinos, hebraico e grego. São comentários curtos, mas muito claros e de grande solidez.
Em 1040, o santo Bispo acompanhou Henrique IV, filho e sucessor de Conrado II, pela Alemanha.
A 27 de Maio de 1045, encontrava-se ele com Henrique III em Persenburgo, perto de Linz, quando a casa em que se achava ruiu inesperadamente, matando-o incontinenti. O corpo, transportado para Wirceburgo, foi sepultado na cripta da Catedral. (Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IX, p, 258)
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SANTO EUTRÓPIO DE ORANGE, Bispo e Confessor
Eutrópio veio ao mundo em Marselha, no princípio do século V. Era filho de pais ricos e importantes, Aproveitando-se da riqueza e do nome, levou na juventude, vida de correrias e de desregramentos.
Casado com uma mulher deveras virtuosa, que conseguiu regrá-lo, convertendo-o, à morte desta, tal era a santidade de vida de Eutrópio, que Santo Eustáquio, Bispo de Marselha, ordenou-o diácono, embora o futuro Bispo, humildemente se opusesse.
O santo, aqui, redobrou as austeridades que vinha praticando desde que a esposa o convertera, e, sempre com o pensamento nos pecados da fogosa juventude, desejoso de expirar as passadas faltas todas, procurou tornar-se digno para cumprir as novas funções.
Certa noite, em sonhos, viu um bando infindo de passarinhos negros, que, levantando vôo, apressadamente, de sobre seu corpo, subiu para o alto e foi consumido, num instante, por um fogaréu que veio do céu. Doutra feita, foi uma nuvem de moscas, que teve o mesmo destino das aves.
Impressionado com os sonhos, procurou um abade que vivia no mosteiro das redondezas, para aconselhar-se. Contou-lhe os sonhos, e o religioso explicou-lhe que os passarinhos simbolizam os pecados e as moscas os maus pensamentos - e que Deus, a uns e outros, havia-os perdoado.
Quando o bispo Justo, de Orange, faleceu, corria o ano 463, Eutrópio foi designado para sucedê-lo. Humilde conta-se que fugiu para escapar da dignidade, mas foi em vão: quando Aper, que foi discípulo de Santo Agostinho, disse-lhe que devia concordar com a designação para o bem da Igreja, condescendeu.
Santo Eutrópio foi Bispo ardoroso, de caridade inesgotável. Tudo o que tinha, dava, chegando até ficar com um único trajo. Diz-se que, depois de ter dado todas as roupas que possuía aos pobres, passou a confeccioná-las para prover os que não tinham o que vestir.
Dentre os milagres que obrou, contam-se o do barqueiro possuído pelo demônio, que foi expulso, o do velho pagão deformado, todo arcado por terrível moléstia, velho blasfemador e de monstruoso aspecto, ao qual curou e endireitou, convertendo-o, e o do incêndio que ameaçava a cidade, que, com orações, trepado no alto dum telhado, conjurou.
Às portas da morte, viu o diabo, à espreita, sentado sobre a estande em que, enfileirados, tinha os livros, aos pés da cama. Olhou-o Santo Eutrópio muito calmamente, acabando por lhe dizer, com segurança:
- Nada há entre mim e ti. Creio em Deus, com o socorro do qual hei de te vencer.
O diabo, ditas aquelas palavras, desapareceu. E quando ao redor do leito cantavam: Que todo espírito louve o Senhor, o santo Bispo, fechando docemente os olhos, docemente expirou.
Santo Eutrópio deixou o mundo no último quarto do século V, sendo enterrado em Orange, na basílica que construíra e dedicara a São Juliano - pouco mais tarde de Santo Eutrópio. Verus, sucessor do Santo, escreveu-lhe a vida, dedicando a obra ao arcebispo Estêvão, de Lião. (Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IX, p. 259 à 261)