São Luís Gonzaga nasceu em 9 de março de 1568, no castelo de Castiglione, Itália. Foi o primeiro filho de Dom Fernando Gonzaga, Marquês de Castiglione e Príncipe do Sacro Império, e de Dona Marta Tana, dama da Rainha Isabel de Valois.
Desde o primeiro uso da razão, ofereceu-se a Deus, e levou uma vida cada vez mais santa. Com nove anos, estando em Florença, diante do altar da santa Virgem, que honra sempre como sua mãe, fez o voto de castidade perpétua; e, por uma graça especial de Deus, conservou-a sem necessidade de defender-se contra qualquer tentação do espírito ou do corpo. Quanto às outras perturbações da alma, reprimiu-as tão fortemente desde a primeira idade, que não se ressentiu nem de seus primeiros movimentos. Guardava tão bem os sentidos em particular o da vista, que não olhava jamais para o rosto da princesa Maria da Áustria, a quem saudava quase todos os dias durante vários anos, como pajem do príncipe da Espanha; não olhava jamais fixamente a própria mãe. Chamaram-no com justeza homem sem carne ou anjo encarnado.
À guarda dos sentidos, ajuntava as mortificações corporais. Jejuava três vezes por semana, o mais frequentemente a pão é água. Pode-se mesmo dizer que seu jejum era perpétuo, não passando o alimento de uma onça. Frequentemente, castigava-se até o sangue três vezes por dia, com cordas e correntes; algumas vezes substituía as cordas por grossas correias e o cilício por esporas de cavaleiros. Tinha um leito macio, mas tornou-o duro colocando pedaços de madeira, e isso também com o fito de acordá-lo mais cedo para orar: porque empregava grande parte da noite na contemplação das coisas celestes, vestido somente com uma camisa, de joelhos sobre o pavimento ou prostrado de fraqueza.
De dia, ali permanecia três, quatro e cinco horas imóvel. O preço dessa constância foi tal estabilidade de espírito na oração que não se afastava jamais de Deus, permanecendo como que em perpétuo êxtase. Para unir-se a Deus somente, após haver obtido a permissão de seu pai, em seguida a três anos de solicitações, transmitiu ao irmão direito ao principado da família e entrou, em Roma, na sociedade de Jesus, à qual uma voz celeste o havia chamado desde Madri.
No noviciado, revelou-se modelo de todas as virtudes. Observava com escrupulosa pontualidade as menores regras, mostrava grande desprezo do mundo e ódio de si mesmo. Mas um amor tão ardente, que o próprio corpo nele se consumia insensivelmente.
Tendo recebido ordem para distrair um pouco o espírito das coisas divinas, fazia vãos esforços para evitar Deus que se apresentava a ele de toda parte. Abrasado de maravilhosa caridade para com o próximo, servia com amor nos hospitais e contraiu uma moléstia contagiosa.
Consumindo-se lentamente, emigrou ao céu, no dia em havia predito, 21 de Junho de 1591, com a idade de 24 anos começados, após ter pedido para receber, pela última vez, a disciplina e morrer estendido sobre uma tábua.
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Bento XIII canonizou-o e deu-o à juventude cristã por patrono e modelo de inocência e castidade. Sua mãe vivia ainda quando foi beatificado, em 1621, e pode invocá-lo sobre os altares. Feliz mãe!
Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XI, p. 83 à 85.