Com a abdicação de Diocleciano, a perseguição vinha se arrefecendo. A Igreja romana, porém, vivia num estado de confusão. Os lugares de reunião dos fiéis haviam sido confiscados, bem como os cemitérios, de modo que a desorganização imperava.
Marcelo, romano de origem, foi eleito quando Maxêncio, consolidando-se, entreteve maiores e melhores relações com Constantino. Reorganizaram-se, então, os centros de reunião para o culto, mas, surgindo perturbações, Maxêncio não titubeou em exilar o sumo Pontífice, já que o acusavam veemente.
Conta-se de São Marcelo que, tendo uma rica senhora dado sua vasta casa à comunidade cristã, para que o Papa a transformasse numa igreja, ali se reuniam frequentemente os fiéis. Ora, o imperador, dado o grande movimento que no templo se registrava, excitado por conselheiros, ordenou que a igreja se transmudasse em estrebaria dos cavalos imperiais e Marcelo em palafreneiro. Ali servindo por muito tempo, veio a falecer de miséria o santo homem, segundo a lenda.
A morte do Papa Marcelo, no exílio, ocorreu em 309, sendo imediatamente venerado como santo. Enterrado na catacumba de Santa Priscila, foi o corpo, mais tarde, transladado para a igreja que lhe tomou o nome: São Marcelo, em Roma.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume I, p. 403-404)