Os prodígios da misericórdia divina operados através da medalha correram de boca em boca por toda a França.

Em poucos anos, já se difundia pelo mundo inteiro a notícia de que Nossa Senhora havia indicado pessoalmente a uma freira, filha da caridade, o modelo de uma medalha que mereceu imediatamente o qualificativo de “milagrosa”, pois imensos e copiosos eram os favores celestiais alcançados pelos que a usavam com confiança, segundo a promessa da Santíssima Virgem.

Em 1839, mais de dez milhões de medalhas já circulavam pelos cinco continentes, e os registros de milagres chegavam de todos os lados: Estados Unidos, Polônia, China, Etiópia…

Nenhum, porém, causou tanta surpresa e admiração quanto o noticiado pela imprensa em 1842: um jovem banqueiro, aparentado com a riquíssima família Rotschild, judeu de raça e religião, indo a Roma com olhos críticos em relação à Fé Católica, converteu-se subitamente na Igreja de Santo André delle Fratte.

A Santíssima Virgem lhe aparecera com as mesmas características da Medalha Milagrosa: “Ela nada disse, mas eu compreendi tudo”, declarou Afonso Tobias Ratisbonne, que logo rompeu um promissor noivado e se tornou, no mesmo ano, noviço jesuíta.

Mais tarde se ordenou sacerdote e prestou relevantes serviços à Santa Igreja, sob o nome de Pe. Afonso Maria Ratisbonne.

Quatro dias antes de sua feliz conversão, o jovem israelita aceitara, por bravata, a imposição de seu amigo, o Barão de Bussières: prometera rezar todo dia um Lembrai-Vos (conhecida oração composta por São Bernardo) e levar ao pescoço uma medalha milagrosa. E ele a trazia consigo quando Nossa Senhora lhe apareceu…

Essa espetacular conversão comoveu toda a aristocracia europeia e teve repercussão mundial, tornando ainda mais conhecida, procurada e venerada a medalha milagrosa.

Entretanto, ninguém – nem a superiora da Rue du Bac e nem mesmo o Papa – sabia quem era a religiosa escolhida por Nossa Senhora para canal de tantas graças.

Ninguém… exceto o Pe. Aladel, que envolvia tudo no anonimato.

Por humildade, Santa Catarina Labouré manteve durante toda a vida uma absoluta discrição, jamais deixando transparecer o celeste privilégio com que fora contemplada.

Para ela importava apenas a difusão da medalha: era sua missão… e estava cumprida!