O título de Nossa Senhora das Graças só passou a ser uma invocação comum muitos anos após a vida terrestre de nossa Mãe, apesar de Ela ser o trono da graça, predestinada por Deus desde toda a eternidade.

Quando o Anjo Gabriel Lhe vem anunciar a Encarnação, diz à Virgem: “Ave, cheia de graça!”

Santa Isabel, sua prima, reconhece esse sinal de predestinação quando recebe Nossa Senhora em sua casa: “Bendita sois Vós entre as mulheres!”

Percebe-se, assim, que a Santa Igreja Católica sempre teve, em seus filhos, uma devoção especial à Virgem Santíssima, sede de graças com que Deus quis presentear a humanidade; afinal, Ela participa de nossa natureza, honrando-a.

A história da medalha milagrosa

Porém, foi só nos conturbados anos de 1830 que algo marcou para sempre o firmamento da Igreja. Na época, a França era agitada por conflitos advindos da revolução.

Neste clima, num pequeno convento de Paris, uma jovem noviça, Catarina Labouré, recebe a visita da Virgem Santíssima, com visões extraordinárias que revelam o grande desejo de Nossa Senhora: proteger os homens e direcioná-los ao Senhor.

Santa Catarina Labouré foi fiel aos pedidos da Virgem, insistindo para que se cunhasse uma medalha, que era simples, mas, ao mesmo tempo, o objeto mais esplendoroso da face da terra, porque a própria Santa Mãe posou como num quadro vivo, dando todos os detalhes de como gostaria que a medalha fosse forjada.

Na frente, a figura de Maria Santíssima sobre o globo, com os braços abertos e esmagando uma serpente com o seu calcanhar, espargindo raios de suas mãos, toda embelezada por anéis.

Significado da medalha

A própria Virgem conta o que significavam tais detalhes:

Os raios são o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem.

Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.

Tenho muitas e muitas graças para dar à humanidade, mas as pessoas não Me as pedem.

A tristeza de uma mãe que nos lembra de sua generosidade! Não queria que tivéssemos só metade de seu tesouro, mas o queria entregar inteiro.

Diante dos olhos da santa freira, ainda se materializaram as seguintes palavras “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!” escritas em ouro.

No verso, um grande “M” desenhado, entrelaçado a uma cruz, e os Corações de Jesus e de Maria. O d’Ele cercado de espinhos e o d’Ela transpassado por uma espada, tendo doze estrelas ao redor.

Nossa Senhora das Graças é aclamada pelos fiéis

Pouco tempo depois da aparição de Nossa Senhora das Graças, uma epidemia de cólera devastava as fileiras da França, e não havia família que não chorasse ao menos um falecido.

As medalhas passam, então, a ser distribuídas e Nossa Senhora cumpre sua promessa: milagres começam a acontecer e as pessoas que usam a medalha são salvas da morte.

Nasce, assim, a devoção da medalha milagrosa, que passa a ser cunhada aos milhares e distribuídas ao povo.

Rapidamente a devoção à medalha milagrosa e a Nossa Senhora das Graças se espalhou pelo mundo todo. Não há país que ainda não a tenha visto.

E a promessa de Maria Santíssima continua atual: “Todas as pessoas que usarem a medalha devotamente e com confiança receberão graças abundantes”.