A data tradicional da Epifania do Senhor é celebrada em 6 de janeiro.
Significado da celebração
Epifania é um termo derivado do grego que quer dizer “manifestação”.
Os primeiros cristãos celebravam todos os mistérios natalinos em uma festa só, juntando o nascimento do Divino Menino, a comitiva dos Reis Magos diante do presépio e o Batismo de Jesus, como uma manifestação que Deus fazia aos povos que antes andavam nas trevas da ignorância.
Para aqueles que costumam recitar a oração do Ofício, na Liturgia das Horas, ainda é possível encontrar resíduos desta primeira tradição, pois temos antífonas que louvam o sagrado nascimento, a visita dos Reis Magos e o Batismo de Jesus espalhadas pelas orações do dia.
Com o passar dos tempos, o alto Magistério Eclesiástico decidiu que as festas seriam divididas em dias diferentes: o Natal, celebrado no dia 25 de dezembro; o dia de Reis em 6 de janeiro; e o Batismo do Senhor no dia 15 do mesmo mês.
Assim, acostumou-se então a chamar o dia de Reis como dia da Epifania, pois, de fato, foi uma das primeiras manifestações que Deus fez aos povos não-judeus, abençoando-os com a Revelação.
Nas etnias dos três Magos, estávamos também nós, agraciados pela luz de Cristo que se espalharia pelo mundo todo.
No Brasil, há alterações feitas pela CNBB: o dia da Epifania é celebrado no primeiro domingo, logo após a virada do ano.
Se por acaso o Natal cair num domingo, no dia 1 de janeiro será mantida a festa de Santa Maria, Mãe de Deus, com a Epifania sendo celebrada apenas no dia 8.
Já o Batismo do Senhor é celebrado no domingo posterior ao da Epifania.
No acontecimento milagroso, a fé dos povos pagãos
A Epifania do Senhor marca a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.
Neste dia, lembramos dos presentes que eles deram ao Senhor: ouro, incenso e mirra, reconhecendo a realeza, a divindade e a humanidade d’Aquele pequeno Menino.
O costume antigo entre os cristãos era também o de entregar os presentes nesse dia, e não no Natal, como acontece atualmente. Em algumas regiões da Espanha, ainda hoje essa tradição continua.
A fé dos Reis inspira a Santa Igreja a declarar sempre: “Meu Senhor e meu Deus!” Também vemos ali o carinho que Deus teve com os povos estrangeiros, pagãos, que estavam perdidos na crueldade das leis sem amor.
Curiosidades litúrgicas da Epifania do Senhor
A Sagrada Celebração tem ritos inusuais, dada a grandeza da festa.
O primeiro deles é a aspersão da água benta sobre a assembleia.
Como tradição das festividades únicas, nascimento, manifestação e Batismo, o padre abençoa a água diante do povo reunido e passa por cada nave da Igreja aspergindo os fiéis, acompanhado de uma música cantada pelo coro.
O segundo rito é a declaração de todas as festividades do calendário litúrgico. Como é uma das primeiras celebrações do ano, antes do Evangelho, no dia da Epifania, o Padre lê as datas civis dos acontecimentos litúrgicos.
Deixo com vocês, caríssimos leitores, para finalizar o artigo, este anúncio da Santa Igreja:
Irmãos caríssimos, a glória do Senhor manifestou-se, e sempre há de manifestar-se no meio de nós até a sua vinda no fim dos tempos.
Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo, recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, que culminará no domingo de Páscoa.
Em cada domingo, Páscoa semanal, a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento, no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da celebração da Páscoa do Senhor derivam todas as celebrações do ano litúrgico: as Cinzas, início da Quaresma; Ascensão do Senhor; Pentecostes; e o primeiro domingo do Advento.
Também nas festas da Santa Mãe de Deus, dos Apóstolos, dos Santos e na comemoração dos Fiéis Defuntos, a Igreja, peregrina sobre a terra, proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir, Senhor do tempo e da História, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!