São Marcelino Champagnat, jovem ousado, mas gentil, batalhou, ainda no seminário, pela educação dos pequenos.
Ele viu muitos maus tratos nas escolas e estabelecimentos de ensino e quis mudar tais comportamentos com a força da Fé Católica. Para isso, fundou um núcleo que, mais tarde, se espalharia e dominaria o mundo: os Irrmãos Maristas.
Ideias de São Marcelino
Certa vez, estando em plena aula, Marcelino viu o professor perder a paciência com certo aluno indisciplinado e, num acesso de irritação, pôs-se a recriminá-lo com palavras ásperas, dando-lhe um humilhante apelido.
Para livrar-se das zombarias, a única saída encontrada pelo faltoso foi o isolamento. Isto fez dele, com o tempo, um adolescente taciturno, grosseiro e de trato difícil.
“Aí está uma educação falha”, concluía São Marcelino Champagnat, ao narrar este fato aos seus irmãos, décadas mais tarde.
E a criança, exposta a se tornar, por seu mau caráter, o tormento de seu lar e, quem sabe, o flagelo de seus vizinhos! Tudo isso por causa de uma palavra dita levianamente num momento de nervosismo e de impaciência que não teria sido difícil dominar.
Por isso, sabendo que a boa educação só funciona quando aliada à caridade, São Marcelino promoveu primeiro as virtudes cristãs dentro do seu círculo de amizade. Entre eles se encontrava o pequeno João Vianney, que mais tarde seria chamado de São Cura d’Ars.
Esta iniciativa virtuosa, onde seus colegas tinham uma definida rotina de oração, com uma vida eucarística intensa, seria primordial para que sua obra frutificasse.
Depois de terminar o seu período no seminário de Lyon, logo após ser ordenado sacerdote, São Marcelino percebeu uma urgente necessidade: em sua paróquia, grassava a ignorância religiosa, devido às matanças e sustos da Revolução Francesa.
Com fé, foi o padre se postar aos pés de Nossa Senhora, confiando-Lhe seus planos e tomando sobre si o nome da Virgem: eles seriam os “Irmãozinhos de Maria”.
Logo, em menos de um mês, já dois leigos abraçaram o ideal proposto por São Marcelino, e começaram a lecionar.
Expansão da ordem
São Marcelino expirou em 1840, entregando sua alma santa nas mãos d’Aquela a quem tinha se recomendado em vida. E Maria Santíssima, pilar da obra marista, não a deixaria fenecer.
O santo fundador já a havia visto crescer; mas, quando foi para o Céu, pôde cuidar pessoalmente de sua expansão.
Hoje, a obra dos Irmãos Maristas está presente em mais de oitenta países, mantendo escolas, universidades, unidades sociais, centros de evangelização, editoras, veículos de comunicação e hospitais. São aproximadamente 3500 irmãos que partilham suas tarefas de maneira direta com 72 mil leigos, promovendo a missão nos cinco continentes, beneficiando mais de 654 mil crianças.
São números avassaladores começados de uma pequena, mas robusta semente: a fé do Padre Marcelino.
Irmãos Maristas no Brasil
No Brasil, a história marista iniciou nos corações dos Irmãos Andrônico, Luís Anastácio, Afonso Estevão, Basílio, Aloísio e João Alexandre, que trouxeram para terras brasileiras os sonhos e o carisma de São Marcelino Champagnat, em 1897.
Nas escolas assumidas pelo instituto, desde o início os irmãos ofereciam educação cristã fundamentada no acolhimento, no respeito e no amor pelos estudantes.
Na presente data, segundo o site oficial dos Maristas, os Irmãozinhos de Maria estão presentes em 23 estados e no Distrito Federal: são 98 cidades brasileiras, mais de 27 mil irmãos, leigas, leigos e colaboradores, mais de 80 mil alunos distribuídos em unidades de educação básica, mais de 58 mil alunos em unidades de ensino superior, mais de 2 milhões de atendimentos somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 30 mil pessoas beneficiadas pela solidariedade.
Esses números demonstram que a obra do Padre Marcelino continua em expansão e que milhares de famílias são acolhidas por seus projetos sociais.
Queira Deus frutificar ainda mais esta obra de educação e saúde, sempre regrados pela fé e estimulados pela caridade, desejo do grande São Marcelino Champagnat.