No dia 24 de outubro, a Santa Igreja celebra com especial dedicação a Santo Antônio Maria Claret, santo missionário que fundou uma obra, toda ela baseada na premissa de Jesus: “Ide a todos os povos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”: os Padres e irmãs claretianos, Ordem sob a proteção do Imaculado Coração de Maria.
O santo nos ensina, assim, que somente a fé não basta: ela precisa ser alicerçada no conhecimento, pois o que Deus nos deixou em legado, a natureza, representa aspectos de sua infinitude.
E com tantas e maravilhosas pegadas e vestígios, seria negligente de nossa parte desprezá-las por mesquinhez ou indiferença.
Vida do santo pregador espanhol
Tendo nascido no século XVIII, mais precisamente no ano de 1807, Santo Antonio Maria Claret tem diante de si uma nova era que já contemplava as inovações do iluminismo.
A Espanha entraria em guerra, em breve, com Napoleão, que agitaria as coisas na Europa.
Porém, naquele momento, o jovem Antônio pôde viver uma infância segura, entre os teares e costuras do pai.
É por isso que, logo crescido, encontramo-lo na fábrica de tecidos, fechando negócios e estabelecendo contatos com os compradores.
Seu carisma e presença eram tão agradáveis que logo foi convidado a hierarquias mais altas, com maior remuneração.
Mas o pequeno Claret já sabia qual era sua vocação e não a abandonaria: assim que completasse sua maioridade, entraria no seminário.
Ao completar vinte e um anos, colocou em prática seu desejo: ao se apresentar ao Bispo para ser admitido na vida religiosa, quase optou pela vida eremítica, em silêncio, dos monges cartuxos.
Mas, um dos padres orientadores divisou em sua alma sua verdadeira missão, e recomendou que se tornasse um pregador.
Santo Antônio, dócil, obedeceu e optou pelos estudos e vida ativa.
Em 1935, é ordenado sacerdote e logo é posto em uma missão, para que evangelizasse: os frutos são muitos, e logo ele é mandado para as Ilhas Canárias.
É neste terreno que Santo Antônio e mais 5 companheiros fundam a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, que mais tarde seria apelidada carinhosamente de Padres Claretianos.
Obra educacional: os claretianos
Para além dos esforços humanos, Santo Antônio recorria constantemente à oração.
É por isso que Deus o atendeu: a congregação foi se espalhando para muitos outros continentes, até chegar ao Brasil em 1895, 25 anos depois de sua morte.
Os Padres que aqui chegaram foram: Raimundo Genover, Eusébio Sacristián Villanueva, José Domingos Aguero, Lorenzo Playán, Geraldo Palomera Font, Rafael Fernandes Palacios e os Irmãos Ramon Ramon Solé, Jaime Rovira Solé, José Rosset Torrens e Baldomero Dueñas Hernandes.
Conduzir outros ao rebanho de Cristo, eis a missão do pregador
Com o intuito de participar da vida da Igreja, estes irmãos se colocaram prontos a servir, onde quer que fosse.
Desde obras missionárias e de coleta a pregações e exercícios espirituais, estes homens de Deus, filhos de Santo Antônio, buscaram realizar.
Aos poucos, o primeiro colégio dos claretianos foi surgindo, voltado para ensinar as maravilhas de Deus que rege seu Universo.
Hoje, são mais de 10 colégios claretianos espalhados pelo Brasil, todos unidos pela sua forma de educar.
Vale citar o de São Paulo, que hoje se encontra na Rua Martim Francisco, e tem colado a si a Igreja do Imaculado Coração de Maria, pois é sob sua proteção que eles continuam a seguir os caminhos instruídos pelo Padre Claret.
O Claretiano é uma referência na capital paulista, inaugurado há 80 anos, e contribui para a educação de crianças, adolescentes e jovens.
Com assessorias pedagógicas e acadêmicas, por meio do Claretiano – Rede de Educação, oferece materiais didáticos e recursos tecnológicos que colocam seus alunos nas melhores universidades.
No aniversário de seu santo fundador, a obra de educação claretianas completa 125 anos, e são estes três conceitos: dedicação, generosidade e piedade, que vêm regendo a vida destes chamados por Deus a ensinar e a educar.
Por que Deus quer tanto que conheçamos?
Todo cristão tem uma finalidade aqui na terra: conhecer, amar e servir a Deus, e, mediante a isso, salvar sua alma.
E o conhecimento de Deus passa pelo conhecimento de sua obra.
Santo Antônio Maria Claret sabia disso e sentia que sua missão era levar esse conhecimento de modo mais efetivo aos poucos esclarecidos.
Sua vida foi, portanto, toda esforçada para construir em bases sólidas uma obra educacional que não dividisse, em compartimentos isolados, fé e razão.
Como já sabemos, ambos são asas dadas por Deus para que cheguemos até Ele.
Que o Padre Claret, que hoje é festejado pelos Anjos no Céu, nos ensine mais, com sua sabedoria, sobre o Imaculado Coração de Maria, ele que tanto sondou seus arredores e ali fez sua morada.
Que um dia possamos nós também nos alegrar com ele e com o divino banquete preparado por Jesus para todos os seus convivas.