As orações, sem dúvida, são o meio mais eficaz e exclusivo de santificação na vida de um cristão. Assim como o alimento nutre e sustenta o corpo, a oração alimenta e fortalece a alma, moldando nosso caráter espiritual e aproximando-nos de Deus.
A máxima "somos o que comemos" pode ser aplicada à vida espiritual: "somos aquilo que rezamos". O que permeia nossas orações molda a nossa alma e nos configura à imagem de Cristo. Esse princípio é amplamente explorado por santos e teólogos ao longo dos séculos, incluindo Plinio Corrêa de Oliveira, Santa Teresinha do Menino Jesus, São João da Cruz e São João Maria Vianney, todos reconhecendo na oração o caminho essencial para a santidade.
Plinio Corrêa de Oliveira, em seus comentários sobre o livro A Oração: O Grande Meio de Salvação de Santo Afonso de Ligório, enfatiza que "a oração é a respiração da alma". Assim como o corpo humano depende do oxigênio para sobreviver, a alma cristã depende da oração para manter-se viva espiritualmente. Sem a oração, a alma se enfraquece, perde sua força vital e se afasta de Deus.
Dr. Plinio sublinha que a santificação pessoal está intrinsecamente ligada à qualidade e à intensidade da oração. Ele afirma: "Não é possível um cristão atingir a verdadeira perfeição sem uma vida de oração constante e profunda, porque é através dela que a alma se alimenta das verdades eternas e se conforma à vontade divina".
Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da Igreja e grande mística, expressou de maneira sublime o poder transformador da oração em sua vida. Ela dizia: "Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar lançado para o Céu, um grito de reconhecimento e de amor, tanto na provação quanto na alegria". Para Santa Teresinha, a oração não era apenas um dever ou uma rotina, mas uma necessidade vital, um encontro íntimo e constante com Deus que moldava todo o seu ser. Sua "pequena via" de santidade, baseada na simplicidade e na confiança total em Deus, encontrava na oração sua força e sustento. Assim, ela mostra que "somos aquilo que rezamos", pois sua vida de oração transformou-a em um modelo de humildade e amor cristão.
São João da Cruz, outro gigante da espiritualidade cristã, oferece uma visão profunda sobre a oração como meio de união com Deus. Em sua obra Subida do Monte Carmelo, ele escreve: "A oração é a chave que abre o Céu, e é o único meio que temos para nos unir completamente a Deus e conformar nossa vontade à sua". São João da Cruz ensina que, através da oração, a alma se desprende dos apegos terrenos e se eleva à contemplação divina, permitindo que Deus a transforme de acordo com sua vontade. Ele enfatiza que a eficácia da oração não está nas palavras que se dizem, mas na disposição do coração de se submeter inteiramente a Deus. Assim, a oração torna-se o veículo através do qual a alma se santifica e se conforma à imagem de Cristo.
São João Maria Vianney, o santo cura d'Ars, é outro exemplo eloquente de como a oração molda a alma de um cristão. Ele ensinava que "a oração é para a alma o que o ar é para os pulmões". Vianney passava longas horas em oração diante do Santíssimo Sacramento, convencido de que, sem oração, o pastor de almas não poderia cumprir sua missão. Ele também dizia: "Não precisamos falar muito para rezar bem. Sabemos que Jesus está ali no Santíssimo Sacramento; abramos-lhe o nosso coração, alegremo-nos com sua presença: é a melhor oração". Vianney acreditava firmemente que a oração silenciosa e a adoração eram fundamentais para alcançar a santidade e guiar seu rebanho no caminho da fé.
O conceito de que "somos aquilo que rezamos" é, portanto, central para a vida espiritual cristã. Assim como uma dieta saudável nutre o corpo e o mantém em bom estado, uma vida de oração constante e fervorosa nutre a alma e a mantém em estado de graça. A oração, quando feita com devoção e sinceridade, transforma-nos e faz com que sejamos mais semelhantes a Cristo. Ela nos purifica, fortalece nossa fé e nos mantém firmes no caminho da salvação.
Plinio Corrêa de Oliveira conclui que "a oração é o grande meio pelo qual Deus comunica suas graças aos homens". Ele nos lembra que, para sermos verdadeiramente cristãos, devemos incorporar a oração em cada aspecto de nossas vidas, permitindo que ela transforme nossos pensamentos, palavras e ações. Assim como a Eucaristia é o alimento essencial para a vida sacramental, a oração é o alimento essencial para a vida espiritual, sem o qual não podemos alcançar a plenitude da santidade que Deus deseja para cada um de nós.
A oração, portanto, não é apenas uma prática devocional, mas um modo de vida que define quem somos em Cristo. Ela é o meio exclusivo de santificação, a força que nos mantém unidos a Deus e a chave que abre as portas do Céu. Somos, verdadeiramente, aquilo que rezamos, e nossa jornada espiritual depende da profundidade e da autenticidade de nossa vida de oração. Como nos ensinam os santos, uma vida de oração fervorosa é o caminho seguro para a santidade, a transformação interior e a união com Deus.