Disponibilidade do confessor
Em entrevista à Rádio Vaticana, o Pe. Flaviano Giovanni Gusella, reitor do Santuário de São Leopoldo Mandic, de Pádua, Itália, falou sobre o Santo confessor capuchinho, que é um dos Santos que, no Jubileu da Misericórdia, saíram à luz para promover o Sacramento da Penitência.
Após recordar que tanto Paulo VI como João Paulo II o declararam “heroico ministro da Reconciliação”, o Pe. Gusella explanou sobre o que São Leopoldo diria e ensinaria aos confessores de hoje:
Certamente, a disponibilidade.
O Pe. Leopoldo estava no confessionário durante todo o dia, a partir da manhã até à noite.
Se há uma coisa que ele pedia aos superiores era poder permanecer no confessionário, inclusive fora do horário normal: tinha total disponibilidade e fidelidade ao seu ministério e ao seu carisma.
Eu creio que seja por isto que, às vezes, por parte de muitos penitentes, se sente hoje a necessidade, o desejo, de conhecer e de encontrar ali – como diz o Papa Francisco na bula de convocação do Jubileu da Misericórdia – um confessor que te espera, que te acolhe, que não perde a paciência e que está pronto para te dar as boas-vindas como uma imagem de Jesus, o Bom Pastor.
Creio que esta é a atitude de base fundamental para os confessores.
E depois, sempre, como diz Francisco na referida bula, “essa capacidade de ser um rosto misericordioso, terno, doce e paternal àqueles que se aproximam do Sacramento da Reconciliação, assim como o fez o pai da parábola do filho pródigo”.
“Não tenhas medo”
Aos penitentes, e seguindo com o pensamento do Pe. Gusella, São Leopoldo convocaria a confiança:
Tem fé, tem confiança – dizia –, não tenhas medo. Vê, eu sou um pecador como tu.
Se o Senhor não sustentasse sua mão sobre a minha cabeça, faria como tu e pior que tu.
Não importa os pecados ou erros. Deus vê nosso desejo de recuperar-nos, de mudar de vida, de reconciliar-nos. E isso é suficiente,
afirma o reitor.
Tomando o lugar do sacerdote
O Pe. Gusella contou uma anedota da vida de São Leopoldo.
Um dia o Santo sacerdote saía do confessionário e viu uma pessoa que há muito não se confessava: “Venha! Venha, senhor”, lhe diz.
O homem entrou um tanto confuso no confessionário e, desprevenidamente, sentou-se na cadeira do confessor. Diante dele se ajoelhou o Pe. Leopoldo e escutou, de joelhos, a Confissão.
Após contar seus pecados, o penitente se deu conta que havia ocupado o lugar do sacerdote, e pediu desculpas, enquanto o Pe. Leopoldo o despedia com um sorriso muito amplo, sem nem sequer mencionar o erro.
O homem confirmou: “Esse gesto me conquistou profundamente”.
A partir de então seguiu visitando São Leopoldo frequentemente, no confessionário.