O verdadeiro e único sacerdote da nova lei é Nosso Senhor Jesus Cristo, como ensina o Apóstolo: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem que Se deu em resgate por todos” (I Tm 2, 5) e “com um só sacrifício tornou perfeitos para sempre os que foram santificados” (Hb 10, 14).

Com efeito, as oblações e holocaustos da antiga lei não eram senão prefigura do sacrifício perfeito da Cruz, no qual o Filho de Deus derramou o seu Sangue para redimir o gênero humano.

No antigo rito, o Sumo Sacerdote entrava uma vez por ano no Santo dos santos, com o sangue, para oferecer por si e pelo povo.

Na Nova Aliança, “temos um Sumo Sacerdote, que está sentado nos Céus à direita do trono da Majestade” (Hb 8, 2-3). “Entrou uma só vez no Santo dos santos, não com o sangue dos carneiros ou dos bezerros, mas com o seu próprio Sangue, tendo obtido uma redenção eterna” (Hb 9, 12).

Por isso, somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros, afirma São Tomás.

Em consequência, o sacerdócio da nova lei tem uma dignidade muito mais alta que o do Antigo Testamento, pois, em virtude do Sacramento da Ordem, o ministro sagrado age in persona Christi Capitis, fazendo as vezes do próprio Sacerdote, que é Cristo.

Tão alto privilégio inspirou aos padres e doutores da Igreja, ao longo dos séculos, belíssimas páginas sobre a excelência da dignidade sacerdotal e a necessidade de alcançar a santidade, tal como se lê, por exemplo, na Imitação de Cristo: “Com a ordenação sacerdotal não diminuíste as tuas obrigações, antes te ligaste com mais apertado laço ao jugo da disciplina e te obrigaste a maior perfeição de santidade” (l. 4, c.5).

Mas, assim como é através dos sacerdotes que Cristo distribui a sua graça nos Sacramentos, é também por meio deles que cumpre a promessa feita aos apóstolos, antes de subir aos Céus: “Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo” (Mt 28, 20).

Pois Jesus Cristo, que encontra suas “delícias junto aos filhos dos homens” (Pr 8, 31), querendo entrar em contato com estes, para os santificar e os tornar dignos do convívio com Ele no Céu, serve-Se de uma ponte humana  os pontífices  que são os sacerdotes, verdadeiros mediadores entre os homens e Deus.

Os Arautos, em suas atividades de evangelização, exerciam já o sacerdócio comum a todos os batizados, pois a Igreja é “um reino de sacerdotes para Deus” (Ap 1, 6). Com a ordenação presbiteral de vários de seus membros, e a constituição de um ramo sacerdotal cuja finalidade não é apenas o atendimento espiritual ad intra, os Arautos exultam por cumprirem assim mais plenamente sua vocação evangelizadora, colocando-se a serviço dos bispos, nas respectivas dioceses.