Mais de um milhão de jovens representando 197 países, 10 mil sacerdotes, 800 bispos, 60 cardeais, e 20 mil voluntários estiveram reunidos em Colônia, Alemanha, de 16 a 21 de agosto, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A cobertura esteve a cargo de 7 mil jornalistas de todo o mundo. São números impressionantes.
Entretanto, não são eles o que mais causa pasmo, mas sim a capacidade demonstrada pelo Papa de comunicar-se com jovens de culturas e origens tão diferentes, para transmitir a mensagem do Evangelho, incutindo a todos o desejo de serem bons e fiéis.
A multidão reunida em Colônia trouxe a recordação daquelas cenas na Praça de São Pedro, durante os funerais de João Paulo II e eleição de Bento XVI, quando todos os corações se uniam à procura de um ponto de apoio no meio das incertezas modernas.
Como lembrou o Papa em uma de suas homilias na Alemanha, esse ponto de apoio só pode ser encontrado em Jesus. E quem melhor do que o Pontífice Romano para representar aos jovens de hoje o rosto do Cristo Senhor?
O ser humano, dependente não apenas da razão mas também da imaginação e da memória para melhor perceber e compreender a verdade, necessita de símbolos, ainda mais em se tratando dos jovens de hoje, nascidos em plena “civilização da imagem”.
Nada mais natural, portanto, que tenham se encantado com aquele homem vestido de branco, no qual podiam sentir um pai e um mestre de confiança, alguém que sabe lhes indicar o caminho seguro pelo qual seguir, sem ocultar a verdade e sem receio de enfrentar corajosamente o mundo.
Ao contrário do que certos espíritos pessimistas possam pensar, mais uma vez neste ano de 2005 ficou demonstrado como os jovens de nossos dias têm sede do absoluto, querem respostas claras sem tergiversações ou meios-termos, desejam um catolicismo tomado a sério, e se deixam evangelizar, desde que encontrem a voz da autenticidade.
Essa, aliás, é a experiência já de longos anos dos Arautos do Evangelho, em qualquer parte do mundo onde atuam.
Às vezes alguns perguntam como fazemos para atrair tantos jovens. A resposta está aí, dada por Bento XVI em Colônia.
Já antes de viajar, o Papa declarou ter a esperança de que o encontro de Colônia conseguisse detonar “uma onda de renovada fé entre os jovens”.
Numa entrevista para a Rádio Vaticano, em 16 de agosto, explicou a mensagem mais importante que desejava transmitir na Alemanha:
Quero explicar aos jovens que é belo ser cristão. A ideia geralmente difundida é que os cristãos devem observar uma grande quantidade de mandamentos, proibições e princípios, e que o cristianismo é algo cansativo e opressivo, e que se é mais livre sem esse fardo. Eu, ao invés, quero esclarecer que ser apoiado por um grande amor e por uma revelação não é um peso, mas sim asas; e que é bonito ser cristão.