Nosso Senhor Jesus Cristo, ao dizer que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja (cf. Mt 16, 18), não prometeu somente que ela perduraria até o fim dos tempos, mas também que estaria sempre crescendo e se aperfeiçoando a cada momento pela ação do Espírito Santo.

A Igreja é imortal. Ela não pode ficar oculta debaixo do alqueire nem desaparecer. Sempre existirá, sempre será visível, sempre terá manifestações, fulgores e vigores novos, porque é o próprio Corpo Místico de Cristo e Templo do Espírito Santo.

Um dos indícios dessa exuberância vital é a grande multiplicidade de carismas, regras, constituições, estilos, objetivos e espiritualidades que o Paráclito suscita ao longo dos séculos, com uma diversidade e riqueza que, longe de quebrar a unidade eclesial, a fortalecem, revigoram, impulsionam e até mesmo sustentam.

Bem assinalou essa realidade o Papa Bento XVI, numa celebração para membros dos Movimentos Eclesiais:

Se consideramos a História, se olhamos esta assembleia aqui na Praça de São Pedro, então compreendemos como Ele suscita sempre novas dádivas; observamos como são diferentes os órgãos que Ele cria; e como, sempre de novo, age corporalmente. No entanto, n’Ele a multiplicidade e a unidade caminham juntas (Homilia durante a celebração das Primeiras Vésperas de Pentecostes, 3/6/2006).

Com efeito, no plurissecular florescimento de uma plêiade de famílias religiosas discerne-se uma das melhores provas da generosidade com a qual Nosso Senhor cumpre a promessa feita a Pedro.

Desde que São Paulo Eremita se retirara ao deserto, tornando-se o primeiro anacoreta do Cristianismo, por volta do ano 250 da nossa era, até as mais recentes fundações ocorridas no terceiro milênio, os institutos de vida consagrada, as sociedades de vida apostólica e os institutos seculares foram sempre um importante esteio para a Igreja e um sinal de sua vitalidade.

Verdadeiros reservatórios de oração, contemplação e penitência, de um lado; e de outro, dedicada e renovada força missionária.

Nascidas dentro da grande família dos Arautos do Evangelho, foram recentemente reconhecidas pelo Santo Padre como de direito pontifício duas sociedades de vida apostólica: Virgo Flos Carmeli, clerical, e Regina Virginum, feminina.

Para comemorar solenemente junto com os Arautos esse grande dom, o Emmo. Cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, quis viajar até o Brasil e presidir a Missa de ação de graças.

Paternalmente, escolheu ele a data dessa Eucaristia de forma a coincidir com o aniversário do fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, a quem trouxe um presente do Papa: a condecoração “Pro Ecclesia et Pontifice”.

Essa dupla aprovação introduz a associação dos Arautos do Evangelho no âmago do Corpo Místico de Cristo, a instituição divina que durará pelos séculos dos séculos.

E reforça-os na convicção de que tudo quanto na Igreja há de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de Pedro.