Naquele parlamento muitos falavam, outros gritavam, alguns vociferavam palavras vazias; todos ao mesmo tempo, sem ordem nem respeito. Num canto, um homem analisava a cena: enquanto a maioria disputava a palavra, ele guardava silêncio, atento à atitude dos circunstantes. O personagem era magro, de olhar frio, nariz aquilino; nada nele possuía estética, tudo era anguloso e de aspecto sombrio.
Iniciou-se, então, uma votação: “Sim”, diziam os mais atrevidos; “Não”, murmuravam alguns. O homem esquálido esperava o momento decisivo, pois não gostava de manifestar sua opinião antes de ter avaliado bem o que mais lhe seria proveitoso. …